São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2006

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ALÍVIO

Em ata, BC dos EUA diz que "a maioria dos membros julgou que o fim do processo de aperto monetário está próximo"

Fed indica que alta dos juros pode acabar

DA REDAÇÃO
DA FOLHA ONLINE

A reação das Bolsas americanas à divulgação da ata da reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve, o BC americano) ontem foi positiva: o documento afirma que o fim do ciclo de altas na taxa de juros no país está "provavelmente próximo".
A Bolsa de Valores de Nova York fechou com alta de 1,8% no índice Dow Jones e de 1,7% no S&P 500. A Bolsa eletrônica Nasdaq teve valorização de 1,95%. A ata do Fed também animou outros mercados, inclusive o brasileiro, já que juros mais altos nos EUA podem atrair capitais hoje em países emergentes.
"A maioria dos membros julgou que o fim do processo de aperto monetário está próximo, e alguns expressaram preocupação com os riscos de um aperto muito forte, dados os efeitos de longo prazo da política [de juros altos]", diz o documento da reunião realizada nos dias 27 e 28 de março.
No documento, os membros do Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto) expressaram preocupações com o risco de um aperto monetário exagerado -o que também foi visto como um sinal de que os juros já podem ter atingido o ponto máximo.
O documento diz, porém, que "o Comitê considerou que algum aperto adicional pode ser necessário" para balancear o crescimento da economia e o controle dos preços e que o Fed "responderia a mudanças na situação econômica" quando necessário.
O fim do ciclo de alta dos juros é positivo para as empresas dos EUA, o que explica a alta das Bolsas, já que os custos de empréstimos não subiriam mais. E juros mais altos seguram a atividade econômica, aumentando o custo do crédito para as famílias e reduzindo seu consumo, motor da economia do país.
A alta dos juros nos Estados Unidos também é prejudicial aos países emergentes, pois eles fazem os títulos da dívida do país renderem mais. Com isso, os investidores tendem a tirar dinheiro dos emergentes, com risco maior, para investir em títulos nos EUA, mais seguros.
O Comitê elevou a taxa de juros do Fed 15 vezes consecutivas desde junho de 2004, quando estava em 1% ao ano. Para conter as pressões inflacionárias, que ganhavam velocidade, o banco passou a elevar os juros em 0,25 ponto percentual a cada reunião, até chegar nos atuais 4,75% ao ano.
A expectativa entre a maioria dos economistas é a de que o comitê eleve a taxa para 5% ao ano e depois interrompa o ciclo de altas.


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