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ALÍVIO
Em ata, BC dos EUA diz que "a maioria dos membros julgou que o fim do processo de aperto monetário está próximo"
Fed indica que alta dos juros pode acabar
DA REDAÇÃO
DA FOLHA ONLINE
A reação das Bolsas americanas
à divulgação da ata da reunião de
política monetária do Fed (Federal Reserve, o BC americano) ontem foi positiva: o documento
afirma que o fim do ciclo de altas
na taxa de juros no país está "provavelmente próximo".
A Bolsa de Valores de Nova
York fechou com alta de 1,8% no
índice Dow Jones e de 1,7% no
S&P 500. A Bolsa eletrônica Nasdaq teve valorização de 1,95%. A
ata do Fed também animou outros mercados, inclusive o brasileiro, já que juros mais altos nos
EUA podem atrair capitais hoje
em países emergentes.
"A maioria dos membros julgou que o fim do processo de
aperto monetário está próximo, e
alguns expressaram preocupação
com os riscos de um aperto muito
forte, dados os efeitos de longo
prazo da política [de juros altos]",
diz o documento da reunião realizada nos dias 27 e 28 de março.
No documento, os membros do
Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto) expressaram preocupações com o
risco de um aperto monetário
exagerado -o que também foi
visto como um sinal de que os juros já podem ter atingido o ponto
máximo.
O documento diz, porém, que
"o Comitê considerou que algum
aperto adicional pode ser necessário" para balancear o crescimento da economia e o controle
dos preços e que o Fed "responderia a mudanças na situação econômica" quando necessário.
O fim do ciclo de alta dos juros é
positivo para as empresas dos
EUA, o que explica a alta das Bolsas, já que os custos de empréstimos não subiriam mais. E juros
mais altos seguram a atividade
econômica, aumentando o custo
do crédito para as famílias e reduzindo seu consumo, motor da
economia do país.
A alta dos juros nos Estados
Unidos também é prejudicial aos
países emergentes, pois eles fazem os títulos da dívida do país
renderem mais. Com isso, os investidores tendem a tirar dinheiro
dos emergentes, com risco maior,
para investir em títulos nos EUA,
mais seguros.
O Comitê elevou a taxa de juros
do Fed 15 vezes consecutivas desde junho de 2004, quando estava
em 1% ao ano. Para conter as
pressões inflacionárias, que ganhavam velocidade, o banco passou a elevar os juros em 0,25 ponto percentual a cada reunião, até
chegar nos atuais 4,75% ao ano.
A expectativa entre a maioria
dos economistas é a de que o comitê eleve a taxa para 5% ao ano e
depois interrompa o ciclo de altas.
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