São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2006

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ESTADOS UNIDOS

Ex-chefe do USTr será substituído por sua vice no órgão; ele terá missão de reduzir déficit fiscal pela metade até 2009

Portman comandará Orçamento nos EUA

DO "NEW YORK TIMES"

O presidente Bush indicou ontem o representante para assuntos de comércio internacional, Robert Portman, como diretor do Serviço de Administração e Orçamento da Casa Branca, o que faz dele o principal responsável pelos planos presidenciais para reduzir o orçamento e o déficit, em um período crítico de gastos elevados e inquietação no Congresso.
Portman, ex-deputado federal por Ohio, que deixou a Câmara para se tornar chefe do USTr (espécie de ministério do Comércio Exterior dos EUA), no ano passado, era um dos aliados republicanos mais próximos do presidente no Congresso e conquistou confiança ainda maior desde que passou a fazer parte do governo.
Funcionários da Casa Branca e do Congresso afirmaram que Portman ofereceria algo de que o presidente precisa seriamente, em um momento de séria preocupação entre os conservadores quanto à política fiscal, no Legislativo, e com relação à explosão do déficit fiscal: as relações amistosas que manteve com colegas de ambos os partidos, que o vêem primeiro como negociador pragmático e, em segundo lugar, como conservador em assuntos fiscais. Cabe agora a Portman mapear a rota para conter e reduzir a dívida federal de US$ 8,5 trilhões.
Portman é um associado antigo da família do presidente e serviu ao governo de George Bush pai, como diretor jurídico associado e como diretor do serviço de assuntos legislativos da Casa Branca.
A promoção de Portman foi a primeira medida do ex-diretor de orçamento e chefe da Casa Civil de Bush, Joshua Bolten. Portman será substituído por sua vice no USTr, Susan Schwab.
Falando na Casa Branca, Bush declarou que o novo trabalho de Portman envolveria cumprir a meta presidencial de reduzir o déficit fiscal à metade até 2009 e tornar permanentes os cortes de impostos que o presidente conseguiu aprovar no começo de seu primeiro mandato.
Quando assumiu como represente comercial dos Estados Unidos, no começo do ano, Portman herdou uma agenda estagnada.
A meta mais ambiciosa do primeiro mandato de Bush era um tratado mundial de comércio, sob os auspícios da OMC (Organização Mundial do Comércio), que derrubaria barreiras ao comércio de produtos agrícolas e de serviços como saúde e finanças.
Portman conquistou algumas vitórias, como persuadir o Congresso a aprovar o Acordo de Livre Comércio com a América Central e a conclusão de acordos bilaterais com Bahrain, Peru, Omã e Colômbia. Mas não avançou muito em acordos com países grandes e as negociações mundiais de comércio, conhecidas como Rodada Doha, estão praticamente paralisadas.

Substituta
Schwab, que substituirá Portman, também trabalhou para o governo de Bush pai. Ela começou sua carreira como negociadora comercial da área agrícola há mais de 20 anos e voltou ao governo em 2005.
Schwab disse ontem que as negociações mundiais de comércio continuarão uma "prioridade".
Alguns negociadores da Rodada Doha mostraram preocupação com a saída de Portman. "Vai complicar as coisas um pouco, mas o importante é mantermos nossa determinação", disse Clodoaldo Hugueney, embaixador do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio).


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