|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESTADOS UNIDOS
Ex-chefe do USTr será substituído por sua vice no órgão; ele terá missão de reduzir déficit fiscal pela metade até 2009
Portman comandará Orçamento nos EUA
DO "NEW YORK TIMES"
O presidente Bush indicou ontem o representante para assuntos de comércio internacional,
Robert Portman, como diretor do
Serviço de Administração e Orçamento da Casa Branca, o que faz
dele o principal responsável pelos
planos presidenciais para reduzir
o orçamento e o déficit, em um
período crítico de gastos elevados
e inquietação no Congresso.
Portman, ex-deputado federal
por Ohio, que deixou a Câmara
para se tornar chefe do USTr (espécie de ministério do Comércio
Exterior dos EUA), no ano passado, era um dos aliados republicanos mais próximos do presidente
no Congresso e conquistou confiança ainda maior desde que passou a fazer parte do governo.
Funcionários da Casa Branca e
do Congresso afirmaram que
Portman ofereceria algo de que o
presidente precisa seriamente, em
um momento de séria preocupação entre os conservadores quanto à política fiscal, no Legislativo, e
com relação à explosão do déficit
fiscal: as relações amistosas que
manteve com colegas de ambos
os partidos, que o vêem primeiro
como negociador pragmático e,
em segundo lugar, como conservador em assuntos fiscais. Cabe
agora a Portman mapear a rota
para conter e reduzir a dívida federal de US$ 8,5 trilhões.
Portman é um associado antigo
da família do presidente e serviu
ao governo de George Bush pai,
como diretor jurídico associado e
como diretor do serviço de assuntos legislativos da Casa Branca.
A promoção de Portman foi a
primeira medida do ex-diretor de
orçamento e chefe da Casa Civil
de Bush, Joshua Bolten. Portman
será substituído por sua vice no
USTr, Susan Schwab.
Falando na Casa Branca, Bush
declarou que o novo trabalho de
Portman envolveria cumprir a
meta presidencial de reduzir o déficit fiscal à metade até 2009 e tornar permanentes os cortes de impostos que o presidente conseguiu aprovar no começo de seu
primeiro mandato.
Quando assumiu como represente comercial dos Estados Unidos, no começo do ano, Portman
herdou uma agenda estagnada.
A meta mais ambiciosa do primeiro mandato de Bush era um
tratado mundial de comércio, sob
os auspícios da OMC (Organização Mundial do Comércio), que
derrubaria barreiras ao comércio
de produtos agrícolas e de serviços como saúde e finanças.
Portman conquistou algumas
vitórias, como persuadir o Congresso a aprovar o Acordo de Livre Comércio com a América
Central e a conclusão de acordos
bilaterais com Bahrain, Peru,
Omã e Colômbia. Mas não avançou muito em acordos com países
grandes e as negociações mundiais de comércio, conhecidas como Rodada Doha, estão praticamente paralisadas.
Substituta
Schwab, que substituirá Portman, também trabalhou para o
governo de Bush pai. Ela começou sua carreira como negociadora comercial da área agrícola há
mais de 20 anos e voltou ao governo em 2005.
Schwab disse ontem que as negociações mundiais de comércio
continuarão uma "prioridade".
Alguns negociadores da Rodada Doha mostraram preocupação
com a saída de Portman. "Vai
complicar as coisas um pouco,
mas o importante é mantermos
nossa determinação", disse Clodoaldo Hugueney, embaixador
do Brasil na OMC (Organização
Mundial do Comércio).
Texto Anterior: Guerra das papeleiras: Comerciantes argentinos derrubam bloqueio de fronteira com o Uruguai Próximo Texto: Schwab vê em Brasil "claro líder" na OMC Índice
|