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ENERGIA
Projeto ligará Bolívia a Paraguai e Uruguai;
Venezuela financiará malha entre o país, o Brasil e a
Argentina
Chávez pode bancar gasoduto no Mercosul
DE BUENOS AIRES
Depois de promover o projeto
de um megagasoduto para interligar Venezuela, Brasil e Argentina,
o presidente venezuelano Hugo
Chávez estará hoje em Assunção,
no Paraguai, para se oferecer como sócio de um outro empreendimento energético: a construção
de um gasoduto entre a Bolívia, o
Paraguai e o Uruguai.
Na malha estudada para transportar gás boliviano aos sócios
menores do Mercosul, a Venezuela tem a intenção de participar como financiadora da obra, informou a chancelaria paraguaia.
Além de Chávez, estarão em Assunção para se reunir com o presidente paraguaio, Nicanor Duarte, os presidentes boliviano, Evo
Morales, e uruguaio, Tabaré Vázquez. "Os presidentes escutarão a
Chávez, que havia manifestado
seu interesse em financiar a obra",
disse o vice-chanceler do país,
Emilio Gimenez. Seriam, ao todo,
6.000 km de gasoduto.
O projeto de Brasil, Venezuela e
Argentina para construir um gasoduto de até 10 mil km entre os
países foi anunciado no final de
2005, na cúpula do Mercosul onde
o país de Hugo Chávez foi aceito
como "membro pleno em processo de adesão" do bloco -com direito a voz, mas não a voto nas
reuniões.
A obra, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a "maior dos próximos 50
anos", está estimada entre US$ 10
bilhões e US$ 17 bilhões -parte
seria financiada pela Venezuela-
e enfrenta discussões técnicas (alto custo financeiro e ambiental, já
que cruzaria a Amazônia).
À época, Paraguai e Uruguai e a
própria Bolívia se queixaram de
não participarem das discussões
do projeto. Com a reunião convocada em Assunção, Chávez acena
também para os sócios menores
do Mercosul com os petrodólares
-a Venezuela aproveita a alta no
mercado internacional de seu
principal produto.
O gasoduto da Bolívia ao Uruguai seria uma segunda etapa do
"anel energético" (o projeto
anunciado em 2005 seria a primeira), que no discurso de Chávez trará "independência energética ao continente". Para a reunião de hoje, o Brasil não foi convidado, apenas comunicado.
Não só de projetos de energia
vive a diplomacia de Caracas financiada pelos petrodólares na
região. O país já comprou, por
exemplo, cerca de US$ 1,2 bilhão
em papéis argentinos e segundo a
embaixada da Venezuela no Paraguai, assim como já fez em outros
países da região, Chávez assinaria
convênios de ajuda humanitária
em Assunção.
Depois do Paraguai, Chávez irá
ao Paraná visitar o governador,
Roberto Requião (PMDB).
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