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País resgata US$ 10,2 bilhões da dívida externa de janeiro a março
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Numa tentativa de melhorar alguns dos indicadores econômicos
do país, o governo brasileiro resgatou, entre janeiro e março, US$
10,2 bilhões em títulos de sua dívida externa que só venceriam ao
longo dos próximos 18 anos. A estimativa do Tesouro Nacional é
que, com isso, a economia no pagamento de juros nesse período
chegue a US$ 4,5 bilhões.
A antecipação dos pagamentos
havia sido anunciada há pouco
mais de dois meses, quando o Tesouro e o Banco Central informaram que pretendiam resgatar até
US$ 20 bilhões em títulos da dívida externa ao longo deste ano.
Nesse valor, estão incluídos US$
6,6 bilhões em "bradies", títulos
emitidos após a renegociação
com credores que se seguiu à moratória decretada no governo Sarney (1985-1990).
O ministro Guido Mantega comemorou o pagamento antecipado dos "bradies" -nesse grupo
de títulos existiam papéis que
venceriam só em 2024. "Isso tira
uma mancha do currículo do Brasil. Ficamos livres dessa famosa
dívida externa que foi gerada depois da moratória dos anos 80."
Além dos "bradies", o governo
pretende também antecipar o resgate de outros títulos da dívida externa que vencem até 2010. Já foram recomprados US$ 3,7 bilhões
desses papéis, valor que pode chegar a US$ 10 bilhões até o final do
ano, dependendo do mercado.
O dinheiro usado nas recompras saem das reservas internacionais do país. Para resgatar os
US$ 3,7 bilhões em títulos, o governo gastou US$ 4,2 bilhões. Isso
porque boa parte dos papéis brasileiros são, atualmente, negociados com ágio no mercado financeiro internacional.
O texto distribuído à imprensa
para divulgar a recompra dos
"bradies" diz que, com essa operação, "o Tesouro completa "faxina" da dívida externa". O documento faz referência a outras medidas adotadas pelo governo, como o pagamento antecipado, feito no ano passado, de US$ 15,5 bilhões da dívida do Brasil com o
FMI. Após todas essas transações,
a dívida externa do governo federal está em US$ 65 bilhões, segundo o Tesouro. As reservas internacionais, por sua vez, estão em
US$ 54,8 bilhões.
O secretário do Tesouro, Carlos
Kawall, diz que, com as medidas
já adotadas até agora, a situação
das contas externas do país está
mais confortável e que a preocupação do governo, agora, é outra.
"Hoje, o desafio está muito mais
no perfil da dívida interna." Para
ele, é preciso reduzir a dívida pública corrigida pela Selic.
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