São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa sobe 2,89% e bate novo recorde, com indício de fim de alta do juro nos EUA; Copom decide hoje Selic

Cenário externo leva euforia à Bolsa de SP

DENYSE GODOY
DA FOLHA ONLINE

A Bovespa atingiu ontem patamar recorde após a divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), que afirma estar "próximo" o fim da série de 15 elevações da taxa básica de juros da economia dos EUA (leia à pág. B5). Contagiada pelo otimismo do mercado acionário de Nova York, a Bolsa brasileira avançou 2,89%, para 39.572 pontos, com giro de R$ 2,943 bilhões.
Pela manhã, saiu o índice de preços no atacado da economia norte-americana relativo a março. Ficou em 0,5%, com núcleo de 0,1%, o que já animava os investidores. É aguardado hoje o CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês).
"Outro motivo para o recorde da Bovespa foi a expectativa de que o Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central] corte em 0,75 ponto percentual, para 15,75% ao ano, a Selic na reunião desta quarta [hoje]", disse Angelo Larozi, analista de investimentos da corretora Souza Barros.
As ações preferenciais da Petrobras, que são as mais negociadas do pregão, avançaram 4,72%, para R$ 46,11, valorização explicada por mais um recorde dos preços do petróleo no mercado internacional -o barril terminou o dia a US$ 71,35 em Nova York. Mas nem essa notícia nem o fato de os rendimentos dos treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) de dez anos continuarem perto dos 5% diminuíram o bom humor dos investidores, os quais aumentaram as apostas de que a taxa de juros dos EUA permanecerá por algum tempo no nível de 5% ao ano após um novo aumento de 0,25 ponto percentual em maio.

Nervosismo
Nos últimos dias, o medo de que as taxas de juros norte-americanas continuassem subindo e, dessa forma, fizessem com que os investidores estrangeiros abandonassem suas aplicações em mercados como o brasileiro em busca de melhores retornos provocou nervosismo.
Na opinião de Larozi, a tendência da Bolsa brasileira continua sendo a de alta, com possíveis realizações de lucro, naturais após duas fortes elevações seguidas.
Com o clima positivo, o dólar comercial teve desvalorização de 0,84% e terminou o dia vendido a R$ 2,118, sua menor cotação desde 16 de março.


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