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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa sobe 2,89% e bate novo recorde, com indício de fim de alta do juro nos EUA; Copom decide hoje Selic
Cenário externo leva euforia à Bolsa de SP
DENYSE GODOY
DA FOLHA ONLINE
A Bovespa atingiu ontem patamar recorde após a divulgação da
ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), que afirma estar
"próximo" o fim da série de 15
elevações da taxa básica de juros
da economia dos EUA (leia à pág.
B5). Contagiada pelo otimismo
do mercado acionário de Nova
York, a Bolsa brasileira avançou
2,89%, para 39.572 pontos, com
giro de R$ 2,943 bilhões.
Pela manhã, saiu o índice de
preços no atacado da economia
norte-americana relativo a março. Ficou em 0,5%, com núcleo de
0,1%, o que já animava os investidores. É aguardado hoje o CPI
(Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês).
"Outro motivo para o recorde
da Bovespa foi a expectativa de
que o Copom [Comitê de Política
Monetária do Banco Central] corte em 0,75 ponto percentual, para
15,75% ao ano, a Selic na reunião
desta quarta [hoje]", disse Angelo
Larozi, analista de investimentos
da corretora Souza Barros.
As ações preferenciais da Petrobras, que são as mais negociadas
do pregão, avançaram 4,72%, para R$ 46,11, valorização explicada
por mais um recorde dos preços
do petróleo no mercado internacional -o barril terminou o dia a
US$ 71,35 em Nova York. Mas nem essa notícia
nem o fato de os rendimentos dos
treasuries (títulos do Tesouro
norte-americano) de dez anos
continuarem perto dos 5% diminuíram o bom humor dos investidores, os quais aumentaram as
apostas de que a taxa de juros dos
EUA permanecerá por algum
tempo no nível de 5% ao ano após
um novo aumento de 0,25 ponto
percentual em maio.
Nervosismo
Nos últimos dias, o medo de que
as taxas de juros norte-americanas continuassem subindo e, dessa forma, fizessem com que os investidores estrangeiros abandonassem suas aplicações em mercados como o brasileiro em busca
de melhores retornos provocou
nervosismo.
Na opinião de Larozi, a tendência da Bolsa brasileira continua
sendo a de alta, com possíveis realizações de lucro, naturais após
duas fortes elevações seguidas.
Com o clima positivo, o dólar
comercial teve desvalorização de
0,84% e terminou o dia vendido a
R$ 2,118, sua menor cotação desde 16 de março.
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