|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FMI vê mais conflito por alimento
Diretor do Fundo diz que distúrbios causados pela inflação dos alimentos ainda devem aumentar
Strauss-Kahn afirma que vê problema quando produção de biocombustível é feita a partir de alimentos, como no caso do milho nos EUA
DA REDAÇÃO
A escalada de ataques aos
programas de biocombustíveis,
uma das prioridades do Brasil,
intensifica-se. Ontem foi a vez
de Dominique Strauss-Kahn,
diretor-gerente FMI (Fundo
Monetário Internacional
(FMI), dizer que eles representam um problema moral e que
os tumultos causados pela disparada nos preços dos alimentos podem ainda não ter chegado ao seu pico.
"Quando produzimos biocombustíveis de produtos agrícolas não usados como alimentos, tudo bem. Mas, quando
eles são feitos de produtos alimentícios, isso representa sério problema moral", disse
Strauss-Kahn à rádio Europe 1.
Questionado se apoiaria uma
possível moratória na produção de biocombustíveis,
Strauss-Kahn respondeu: "Caso eles usem alimentos".
Os EUA estão desviando sua
produção de milho para fabricar álcool, elevando preços dos
alimentos.
Os países precisam encontrar o equilíbrio entre a solução
de problemas ambientais e a
necessidade de garantir que as
pessoas não morram de fome,
ele disse, acrescentando que os
protestos causados pela alta
nos custos dos alimentos em
todo o mundo podem piorar.
"Em termos de distúrbios
causados pelos problemas alimentares, o pior, infelizmente,
pode ainda estar por vir", ele
declarou. "Centenas de milhares de pessoas serão afetadas."
Escassez de alimentos e a
disparada em seus preços causaram tumultos e protestos em
países como Haiti, Camarões,
Egito, México, Níger e Indonésia e geraram um questionamento mais profundo dos biocombustíveis de primeira geração, produzidos com base em
safras alimentícias.
Sarkozy
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, também interferiu no
debate, dizendo que a crise
atual pedia não por resposta
imediata, mas por uma ambiciosa estratégia de apoio à agricultura.
O premiê britânico, Gordon
Brown, pediu na semana passada que o G8 (as sete nações
mais industrializadas e a Rússia) discutam a alta dos alimentos e os biocombustíveis. A
ONU e organizações de ajuda
humanitária dizem que a alta
de alimentos ameaça avanços
recentes no combate à fome.
Os biocombustíveis não são o
único fator a elevar os preços
dos alimentos. Aumento global
do consumo e quebras importantes de safras explicam a inflação alimentar.
Na quarta, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva chamou de
"palpiteiros" e "simplistas" os
críticos dos biocombustíveis.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Mercado Aberto Próximo Texto: Reação: Amorim rebate com ataque aos subsídios Índice
|