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TENSÃO PRÉ-COPOM
Taxa futura de prazo mais curto já embute expectativa do mercado de redução da Selic para 15,75%
Investidor projeta queda dos juros hoje
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado menos tenso deu espaço para que as taxas de juros futuros recuassem ontem. A taxa
futura de prazo mais curto fechou
na BM&F embutindo a expectativa do mercado de que o Copom
reduzirá os juros básicos para
15,75% anuais.
O Copom (Comitê de Política
Monetária) anuncia hoje como fica a Selic (taxa básica de juros),
que está em 16% ao ano.
Com as turbulências das últimas semanas -o petróleo atingiu níveis recordes, a expectativa
de alta nos juros dos EUA aumentou e o dólar subiu-, dúvidas
surgiram quanto à continuidade
da política de corte gradual de juros pelo Banco Central.
O temor de que a inflação seja
pressionada como reflexo da elevação do preço do petróleo e da
alta do dólar fez algumas instituições passarem a acreditar que o
BC será mais conservador e manterá a Selic inalterada na reunião
que termina hoje.
Para Alexandre Póvoa, economista-chefe do banco Modal, o
Copom deveria manter os juros
inalterados neste momento. Na
opinião do economista, a alta do
dólar diante do real traz "mais um
risco ao cenário inflacionário".
Apesar da melhora de ontem, os
contratos DI (que acompanham
as taxas interbancárias) fecharam
ontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) projetando a
expectativa de que a taxa básica
de juros voltará a ser elevada no
último trimestre do ano. O contrato DI mais negociado, com
prazo de resgate na virado do ano,
fechou com taxa anual de 17,01%.
Para o próximo mês, o mercado
aposta que a política de redução
gradual de juros será interrompida. A taxa do contrato DI de julho
fechou em 15,64%.
Luis Octávio da Costa, diretor-executivo do banco Cruzeiro do
Sul, acredita que haverá uma queda de 0,25 ponto percentual na Selic. "Ainda há espaço para baixar,
mesmo com o nervosismo atual
pelo qual o mercado está passando. E uma baixa de 0,25 ponto
acompanha a meta de inflação
com bastante conforto."
Pressão
Para decidir como ficam os juros básicos da economia, o Copom -que é formado por diretores e pelo presidente do Banco
Central- se reúne a cada mês e
avalia diferentes dados econômicos. Para definir a taxa básica, é
considerada a melhor forma de
atingir a meta de inflação (que para este ano é de 5,5%).
O aumento do preço do petróleo no mercado internacional é
uma preocupação, pois pode ser
repassado para a gasolina. O dólar
mais alto pressiona os custos de
produtos que têm insumos importados em sua composição.
Colaborou Ana Paula Ragazzi,
da Reportagem Local
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