São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

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TENSÃO PRÉ-COPOM

Taxa futura de prazo mais curto já embute expectativa do mercado de redução da Selic para 15,75%

Investidor projeta queda dos juros hoje

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado menos tenso deu espaço para que as taxas de juros futuros recuassem ontem. A taxa futura de prazo mais curto fechou na BM&F embutindo a expectativa do mercado de que o Copom reduzirá os juros básicos para 15,75% anuais.
O Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia hoje como fica a Selic (taxa básica de juros), que está em 16% ao ano.
Com as turbulências das últimas semanas -o petróleo atingiu níveis recordes, a expectativa de alta nos juros dos EUA aumentou e o dólar subiu-, dúvidas surgiram quanto à continuidade da política de corte gradual de juros pelo Banco Central.
O temor de que a inflação seja pressionada como reflexo da elevação do preço do petróleo e da alta do dólar fez algumas instituições passarem a acreditar que o BC será mais conservador e manterá a Selic inalterada na reunião que termina hoje.
Para Alexandre Póvoa, economista-chefe do banco Modal, o Copom deveria manter os juros inalterados neste momento. Na opinião do economista, a alta do dólar diante do real traz "mais um risco ao cenário inflacionário".
Apesar da melhora de ontem, os contratos DI (que acompanham as taxas interbancárias) fecharam ontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) projetando a expectativa de que a taxa básica de juros voltará a ser elevada no último trimestre do ano. O contrato DI mais negociado, com prazo de resgate na virado do ano, fechou com taxa anual de 17,01%.
Para o próximo mês, o mercado aposta que a política de redução gradual de juros será interrompida. A taxa do contrato DI de julho fechou em 15,64%.
Luis Octávio da Costa, diretor-executivo do banco Cruzeiro do Sul, acredita que haverá uma queda de 0,25 ponto percentual na Selic. "Ainda há espaço para baixar, mesmo com o nervosismo atual pelo qual o mercado está passando. E uma baixa de 0,25 ponto acompanha a meta de inflação com bastante conforto."

Pressão
Para decidir como ficam os juros básicos da economia, o Copom -que é formado por diretores e pelo presidente do Banco Central- se reúne a cada mês e avalia diferentes dados econômicos. Para definir a taxa básica, é considerada a melhor forma de atingir a meta de inflação (que para este ano é de 5,5%).
O aumento do preço do petróleo no mercado internacional é uma preocupação, pois pode ser repassado para a gasolina. O dólar mais alto pressiona os custos de produtos que têm insumos importados em sua composição.


Colaborou Ana Paula Ragazzi, da Reportagem Local


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