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Empresários
esperam recuo
de até 0,5 ponto
DA REPORTAGEM LOCAL
Os empresários reunidos no Iedi (Instituto Econômico para o
Desenvolvimento Industrial), na
CNI (Confederação Nacional da
Indústria) e na Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo) acreditam que o Copom
(Comitê de Política Monetária),
que se reúne hoje, tenha espaço
para reduzir a taxa básica de juros
da economia -a Selic.
O Iedi estima que o corte deverá
ser entre 0,25% e 0,50%. "Há espaço para uma redução dessa ordem, já que a inflação está sob
controle", diz Julio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Iedi.
A alta do dólar e do petróleo, na
avaliação de Gomes de Almeida,
não pode influenciar a decisão do
Copom. "Se o BC mantiver os juros em 16% ao ano, vai ser pior do
que reduzi-los. Se as taxas não caírem, os empresários vão ficar ainda mais cautelosos", afirma.
O cenário econômico atual, na
avaliação do diretor do Iedi, é
muito mais incerto do que há dois
ou três meses, mas pode ser passageiro. É mais incerto, sobretudo, por causa da fuga de capital de
países emergentes e da instabilidade causada pelo possível aumento dos juros nos Estados Unidos. "Mas isso passa", afirma.
Armando Monteiro Neto, presidente da CNI, tem a mesma opinião. "Mesmo com um cenário
externo desfavorável nos últimos
dias e essa pressão -que esperamos ser temporária- nos preços
do petróleo, o Banco Central ainda conserva uma margem para
cortar os juros. O que temos
acompanhado nos últimos tempos é que o Banco Central se guia
mais pelas condições internas para alterar os juros do que pelas externas. Espero que observem que,
no cenário interno, há, sim, condições de queda."
Na semana passada, Claudio
Vaz, diretor da Fiesp, também defendera a redução da Selic. "O BC
[Banco Central] tem de seguir a
lógica da própria instituição e
continuar reduzindo os juros. Os
fundamentos da economia são da
melhor qualidade", disse Vaz.
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, diz que o país
só cresce com juros mais baixos.
"Esperamos sensibilidade dos
tecnocratas do governo. É preciso
uma queda brusca na taxa básica
para começarmos a tirar o país
dessa letargia econômica em que
se encontra."
(FF e CR)
Colaborou José Alan Dias,
enviado especial ao Rio
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