São Paulo, terça, 19 de maio de 1998

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Juros disparam para deter fuga de capitais

das agências internacionais

O banco central da Rússia aumentou ontem de 30% para 50% os juros de sua taxa de refinanciamento para fazer frente às especulações de uma possível desvalorização do rublo, a moeda local.
A medida foi adotada em uma reunião de urgência do conselho de direção do BC russo, convocada às pressas depois de uma expressiva queda de 12% registrada ontem na Bolsa de Valores.
Nos últimos dias, o rublo também vinha registrando seguidas perdas em relação ao dólar norte-americano.
O objetivo da elevação dos juros é atrair de volta ao país capital estrangeiro que estava sendo retirado pelos investidores, receosos de que a Rússia seja o próximo mercado emergente a ser atingido pela crise.
Em março, o BC russo reduzira as taxas de juros, então em 36%, para 30%. Era a terceira vez este ano que o governo russo alterava sua política de juros.
Na primeira vez, no dia 2 de fevereiro, havia aumentado a principal taxa de 28% para 42% anuais. Depois, iniciara uma gradual redução dos juros, interrompida na última sexta-feira, quando anunciou a elevação de algumas de suas taxas.
Durante o dia, porta-vozes do governo tentaram assegurar os mercados de que não haveria mudança nos juros.
Para acalmar o mercado, autoridades deram declarações afirmando que o rublo estava sob controle.
O mercado financeiro russo encerrou a última semana acumulando perdas de mais de 17%. "Penso que as flutuações de hoje no mercado financeiro são reações de curto prazo e que seremos capazes de superá-las", declarou o ministro russo das Finanças, Mikhail Zadornov.



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