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BC deve ter cautela ao reavaliar taxas
da Sucursal de Brasília
A crise na Rússia não deve mudar os planos da equipe econômica de promover amanhã, em reunião do Copom (Comitê de Política Econômica do Banco Central),
nova redução nos juros.
Mas, conforme já previsto antes
da nova crise, deverá entrar em vigor uma estratégia mais cautelosa
para a redução das taxas.
Expectativa
A Folha apurou que, entre economistas do Ministério da Fazenda, a expectativa é que a TBC (Taxa Básica do Banco Central) seja
fixada em algo como 22,5%
anuais. Hoje, ela está em 23,25%.
O Ministério da Fazenda não
participa diretamente das decisões
do Copom, que é formado por diretores e chefes de departamento
do BC, mas a projeção de queda de
apenas 0,75 ponto percentual dá
uma idéia da postura conservadora da área econômica do governo.
Se confirmada, será uma redução bem menor do que as estabelecidas nas três reuniões anteriores do Copom, quando a TBC sofreu quedas entre 3,5 e 6,5 pontos
percentuais.
Para definir a TBC, a equipe econômica aguarda o resultado de
reunião de hoje do Fed (o banco
central dos Estados Unidos). Se os
juros norte-americanos subirem,
a TBC terá menos espaço para
cair.
Mas a avaliação corrente no Ministério da Fazenda é de que são
pequenas as chances de o Fed aumentar os juros, pois essa decisão
poderia ampliar a instabilidade na
Rússia e na Indonésia.
Mercado
O ex-presidente do BC Gustavo
Loyola aposta em uma redução de
cerca de um ponto percentual na
TBC. "Os juros chegaram perto
do limite inferior", disse.
Segundo ele, fixar uma taxa menor que 22% anuais significaria
comprometer o rendimento pago
aos investidores estrangeiros que
mantêm dólares aplicados no país.
O Brasil precisa atrair capital estrangeiro para cobrir o déficit nas
contas externas e para manter elevadas as reservas em moeda estrangeira do BC.
Loyola disse que, para fixar a
TBC abaixo de 22%, seria necessário oferecer compensações ao investidor estrangeiro, como redução de impostos ou do ritmo de
desvalorização do real.
Aplicação
Os investidores estrangeiros que
aplicam dólares no país se preocupam com o rendimento líquido
obtido pelo capital.
Se confirmada a queda dos juros, será a sexta redução nas taxas
desde outubro de 1997, quando o
governo dobrou a TBC para estancar a fuga de dólares provocada
pela crise da Ásia. A taxa era de
20,7% anuais e foi elevada a
43,4%.
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