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Folhainvest
Fundo PIBB perde 23% com recente volatilidade
Apesar da queda, houve poucos resgates; em junho saíram R$ 15 mi, de R$ 1,3 bi
Investidores ainda mantêm ganho de 14% desde o fim da segunda oferta de cotas pelo BNDES, em 17 de outubro, até 13 de junho
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O investidor que aderiu à segunda oferta de cotas do PIBB,
o fundo de ações do BNDES
reaberto para captação em setembro do ano passado, teve
um prejuízo de 22,75% desde o
início da onda de volatilidade
dos mercados, em 9 de maio,
até o dia 13 deste mês, últimas
cotas disponíveis.
No ano, a rentabilidade desses fundos também é negativa
em 2,31%, mas desde o momento do encerramento da oferta
de cotas, em 17 de outubro passado, até o dia 13, os investidores desses fundos ainda acumulam ganho de 14,02%. É mais do
que teriam numa aplicação de
renda fixa no mesmo período.
Os dados são do site financeiro Fortuna, que mostra também que não houve resgates
significativos apesar do desempenho ruim. Em maio, durante
a turbulência, saíram R$ 25 milhões e nos 13 primeiros dias de
junho, R$ 15 milhões. Uma parcela ínfima do R$ 1,3 bilhão de
patrimônio líquido desses fundos. "Sair agora é a pior coisa a
fazer", alerta o gestor de recursos Fábio Colombo.
Os fundos de PIBB destinam-se a pessoas físicas que
compraram cotas em agências
bancárias nas duas emissões
feitas pelo BNDES -a primeira
em julho de 2004 e a segunda
de setembro a outubro de 2005.
Grandes investidores e instituições financeiras também
aplicaram recursos no PIBB, o
fundo-mãe, onde os fundos dos
bancos aplicam o dinheiro das
pessoas físicas. Esses investidores têm hoje R$ 700 milhões
no PIBB e vêm sacando suas
cotas, trocando-as por ações.
Desde 17 de outubro de 2005,
quando se encerrou a segunda
emissão, até o último dia 13, os
investidores institucionais sacaram R$ 450 milhões. "A pessoa física não pode fazer essa
troca, pois para isso é preciso
vender no mínimo R$ 10 milhões em cotas", diz Marcelo
D'Agosto, sócio do Fortuna.
Seguro
O que explica a pouca mobilidade dos investidores de fundos de PIBB, diante da forte
desvalorização de suas cotas
nas últimas semanas, é o "seguro" dado pelo BNDES durante a
emissão: se até outubro deste
ano a Bolsa cair e o fundo se
desvalorizar, o banco se compromete a recomprar as cotas
do investidor pelo seu valor nominal. O BNDES dá mais dois
meses, ainda, para o investidor
decidir se fica ou sai do fundo.
"Quem entrou nesse tipo de
investimento não pode se fiar
só na garantia. A Bolsa é cíclica,
mas as pessoas entram achando que ela só sobe e não cai. É
uma ilusão", observa Colombo.
Ou seja, ninguém garante
que após o término da garantia
do BNDES o investidor terá lucro ou prejuízo. Por isso, desde
a primeira emissão de cotas do
PIBB os analistas insistem em
dizer que essa é uma aplicação
para o longo prazo.
Isso significa olhar cinco ou
dez anos à frente. Já na época
da emissão da segunda tranche,
os analistas alertavam que o cenário não era de fortes altas dos
papéis da carteira do fundo nos
12 meses seguintes. O cenário
se revelou pior, com a volatilidade dos mercados internacionais atingindo a Bolsa brasileira nas últimas semanas.
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