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Sobram vagas para dormir no emprego em SP
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Encontrar candidatas para
vagas que exigem que a empregada durma no trabalho está
mais difícil. Agências de emprego e o sindicato das domésticas de São Paulo relatam que
há mais vagas do que trabalhadoras dispostas a ocupá-las.
A presidente do Sindoméstica-SP, Camila Ferrari, afirma
que as mulheres vindas do interior ou de outros Estados do
país são a maioria das que ainda
aceitam o cargo.
Anadeje dos Santos, 33, de
Pilar, no interior de Alagoas,
chegou a São Paulo há três
anos. Seu único trabalho foi como doméstica que dormia na
casa dos patrões -e que nem
carteira assinada tinha. "Queriam alguém para dormir no
trabalho e, para mim, ficou melhor porque tinha acabado de
chegar e iria poupar com isso."
Ela é uma das profissionais que
ainda se dispõem a passar a
noite no local de trabalho, mas,
para isso, quer ganhar ao menos R$ 1.000 ao mês.
Embora o salário para o emprego que exige que a doméstica durma na casa da família seja
maior, nem sempre a diferença
estimula as trabalhadoras. Clarice Ferreira de Lima Araújo,
49, recebeu duas propostas e,
na semana passada, optou pelo
emprego com remuneração
menor, mas que não exige permanência durante a noite.
"Fiz entrevista com uma pa-
troa que registra em carteira,
dá R$ 600, paga INSS sozinha,
sem descontar a minha parte, e
dá a condução. No fim de semana, eu fico em casa. Para dormir, acabaram de me oferecer
uma vaga por R$ 850 com folga
quinzenal. Acho que não compensa a vaga para dormir", avalia Clarice.
Gilvane Pereira, sócio da
agência de empregos Humaitá,
diz que a extensão das jornadas
profissionais também dificulta
a contratação. "As patroas dizem que ela vai trabalhar até as
18h, mas, muitas vezes, não tem
horário para terminar."
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