São Paulo, domingo, 19 de julho de 2009

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Sobram vagas para dormir no emprego em SP

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Encontrar candidatas para vagas que exigem que a empregada durma no trabalho está mais difícil. Agências de emprego e o sindicato das domésticas de São Paulo relatam que há mais vagas do que trabalhadoras dispostas a ocupá-las.
A presidente do Sindoméstica-SP, Camila Ferrari, afirma que as mulheres vindas do interior ou de outros Estados do país são a maioria das que ainda aceitam o cargo.
Anadeje dos Santos, 33, de Pilar, no interior de Alagoas, chegou a São Paulo há três anos. Seu único trabalho foi como doméstica que dormia na casa dos patrões -e que nem carteira assinada tinha. "Queriam alguém para dormir no trabalho e, para mim, ficou melhor porque tinha acabado de chegar e iria poupar com isso." Ela é uma das profissionais que ainda se dispõem a passar a noite no local de trabalho, mas, para isso, quer ganhar ao menos R$ 1.000 ao mês.
Embora o salário para o emprego que exige que a doméstica durma na casa da família seja maior, nem sempre a diferença estimula as trabalhadoras. Clarice Ferreira de Lima Araújo, 49, recebeu duas propostas e, na semana passada, optou pelo emprego com remuneração menor, mas que não exige permanência durante a noite.
"Fiz entrevista com uma pa- troa que registra em carteira, dá R$ 600, paga INSS sozinha, sem descontar a minha parte, e dá a condução. No fim de semana, eu fico em casa. Para dormir, acabaram de me oferecer uma vaga por R$ 850 com folga quinzenal. Acho que não compensa a vaga para dormir", avalia Clarice.
Gilvane Pereira, sócio da agência de empregos Humaitá, diz que a extensão das jornadas profissionais também dificulta a contratação. "As patroas dizem que ela vai trabalhar até as 18h, mas, muitas vezes, não tem horário para terminar."


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