São Paulo, quarta-feira, 19 de agosto de 2009

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Meta de 1 mi de vagas não será alcançada, preveem especialistas

Previsão otimista do ministro Carlos Lupi não seria obtida com o fechamento de vagas em dezembro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para atingir a meta otimista do ministro Carlos Lupi (Trabalho), de gerar 1 milhão de vagas em 2009, o mercado de trabalho precisará criar mais de 200 mil vagas por mês até o final do ano, considerando que, em dezembro, há tradicionalmente o fechamento de 300 mil postos, em média.
De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, de 2003 a 2008 -período mais favorável do emprego formal pela metodologia do Caged-, as médias de geração de emprego entre agosto e novembro sempre ficaram abaixo de 180 mil postos por mês.
A meta de Lupi não é ousada só para o ministro Guido Mantega (Fazenda). Para especialistas em mercado de trabalho, a projeção não é factível. "Não fazemos projeção para o Caged, mas 1 milhão não é possível. Estamos com 437 mil [postos] acumulados. Para chegar lá, seria preciso crescer muito nos próximos cinco meses", afirma Ariadne Vitoriano, analista da Tendências.
Ela reconhece que este semestre será caracterizado por um melhor desempenho do mercado de trabalho em decorrência do maior nível de atividade econômica, mas pondera que o resultado do mês passado ainda está em um patamar muito baixo.
Para Fábio Romão, da LCA, o ano deverá fechar com a geração de 630 mil empregos. "Se eu fosse traçar um cenário muito otimista, falaria em 750 mil. Agora, 1 milhão? Não vou dizer que é impossível, mas é muito difícil", afirma. Nas projeções da consultoria, a média mensal de contratações nos próximos meses deverá ser de 140 mil postos.
"Pode até ser que em dezembro o fechamento líquido de vagas fique abaixo de 300 mil, por conta da recomposição do estoque de mão de obra. Muitos temporários podem ser efetivados. Ainda assim, não chegaria a 1 milhão", comentou Romão.
Na avaliação dele, o segundo semestre deverá consolidar os dados verificados no emprego industrial no mês passado. "Julho foi importante. Vimos que a indústria mudou seu patamar de contratações."


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