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SEMINÁRIO
Consultor da
Unctad faz
críticas às
ações do FMI
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O economista Jan Kregel, consultor da Unctad, o órgão da ONU
(Organização das Nações Unidas)
que cuida das áreas de comércio e
desenvolvimento, fez dura crítica
ao FMI (Fundo Monetário Internacional) em palestra durante o
13º Congresso Brasileiro e o 7º
Congresso Latino-Americano de
Economistas, que terminou sexta-feira, no Rio de Janeiro.
Kregel disse que, em vez de socorrer os países em dificuldades
para manter políticas de crescimento, os fundos do FMI "foram
usados para preservar as posições
de riqueza dos países ricos" investidas em países pobres que enfrentaram dificuldades para cumprir seus compromissos externos.
Em outras palavras, ele disse
que os empréstimos do FMI a países em dificuldades, como o Brasil, têm a finalidade de permitir
que esses países honrem as aplicações feitas em seus mercados
por investidores dos países ricos.
Disse também que, para ter
condições de ajudar os países a retomarem suas políticas de pleno
emprego (de crescimento econômico), o FMI precisaria ter muito
mais dólares, e que isso tem sido
negado ao Fundo pelo Congresso
dos Estados Unidos.
Kregel, que vai divulgar nos
próximos dias o relatório da Unctad deste ano com uma análise da
situação econômica mundial, defendeu a necessidade de se buscar
uma nova ordem econômica que
retire do dólar norte-americano o
papel de moeda única nas transações internacionais.
Para ele, essa hegemonia do dólar provoca déficits nas contas externas dos próprios Estados Unidos que podem levar a uma situação de crise internacional quando
um ajuste tornar-se inevitável.
Adepto das teses do economista
inglês John Maynard Keynes
(1883-1946), Kregel disse que a solução seria a criação de uma moeda internacional, para uso exclusivo dos bancos centrais, a ser
usada como padrão nas trocas internacionais.
A proposta é semelhante à que
foi feita por Keynes na conferência de Bretton Woods, em 1944,
que redefiniu a ordem econômica
internacional após a 2ª Guerra
Mundial.
A proposição de Keynes não foi
aceita e Kregel disse ser "óbvio
que a configuração política atual
não é favorável" a uma mudança
da ordem econômica mundial.
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