São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2008

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análise

Alto gasto é obstáculo, diz mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma nova agência criada para retirar de circulação os problemáticos títulos lastreados em hipotecas precisaria ser altamente capitalizada. É nesse ponto que residem críticas preliminares à idéia para regular o mercado.
Estima-se que o governo americano já tenha gasto entre US$ 900 bilhões e US$ 1,5 trilhão com a sua intervenção para salvar instituições financeiras em dificuldades.
Os defensores da criação desse órgão argumentam que, se bem gerida, a agência pode até chegar a dar lucro para o contribuinte americano. Entre os defensores da idéia, está Nicholas Brady, ex-secretário do Tesouro dos EUA, que criou o plano para renegociar a dívida externa dos países pobres no início da década de 90. Para ele, maior prejuízo seria não agir.
"Sem o peso dos títulos ruins no seu balanço, seria mais fácil para os bancos caminharem e se recuperarem ao longo do tempo. Como ainda não há informações mais precisas sobre o modelo a ser adotado, é difícil aprofundar o debate", diz Sanford Bragg, analista da consultoria Integrity Research.
A proposta baseia-se em iniciativas governamentais anteriores. Entre elas, a Resolution Trust Corporation, criada em 1989 como parte dos esforços para resolver a crise das chamadas "savings & loan associations" -instituições que captavam recursos de poupança e os emprestavam para a compra da casa própria-, detonada três anos antes.
Com o auxílio de administradores privados, a agência liquidou em dez anos cerca de US$ 400 bilhões em ativos de 747 "savings & loan" falidas. Para isso, gastou US$ 150 bilhões. (DENYSE GODOY)


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