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PREÇOS
Puxados pela alta do dólar, alimentos pressionam a taxa na segunda prévia de outubro e elevam o índice para 0,89%
Para Fipe, alta dos juros segura a inflação
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
Pressionados pela alta do dólar,
os alimentos continuam empurrando para cima a taxa de inflação. Nos últimos 30 dias até 15
deste mês, os preços subiram
0,89%. A taxa deve recuar nas
próximas semanas, mas outubro
terá taxa de 0,80%, acima do
0,60% previsto inicialmente.
O câmbio vai continuar mantendo pressão sobre os preços nos
próximos meses, mas a inflação
não deverá sair do controle. A
preocupação do governo com a
manutenção das metas inflacionárias (demonstrada com a alta
da taxa de juros de 18% ao ano para 21%) e a perda do poder de
compra devem inibir reajustes
acelerados de preços, diz o economista Juarez Rizzieri, da Fipe.
"O aumento da taxa de juros para 21% não freia a inflação, mas
ajuda a contê-la", diz Rizzieri. Para ele, esse o aumento dos juros
evita a reindexação dos preços.
O controle da inflação é extremamente necessário neste momento, diz o economista. O avanço da taxa para dois dígitos traria
reivindicação de indexação dos
preços. Daí para taxas galopantes
e para a hiperinflação seria apenas
um passo. Mas não há nada que
revele uma escalada de preços, diz
ele. Mesmo após a desvalorização
da moeda em 60% neste ano, os
preços ao consumidor continuam
com reajustes inferiores a 10%.
Rizzieri diz que dificilmente o
câmbio vai acima do que já chegou e que, diminuída a pressão da
rolagem da dívida, o efeito especulativo também será menor.
A tempestade atual é pela indefinição do novo governo, diz Rizzieri. A inflação nos próximos
meses, no entanto, será o termômetro do governo que for eleito.
Considerando a hipótese de ser
eleito um governo de oposição, o
economista da Fipe diz que ele terá três caminhos a seguir.
Primeiro, poderá optar por
poucas mudanças, o que dará
tranquilidade ao mercado. Segundo, poderá fazer um governo
de confrontação com o mercado,
o que seria o caos. Terceiro, optar
por uma solução intermediária,
que poderá gerar um governo
confuso no início. O economista
acredita que a terceira opção será
a adotada pelo futuro governo.
As perspectivas são de taxa de
1% no último bimestre, levando a
taxa anual para 5,5%, diz Rizzieri.
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