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ÁGUIA EM TRANSE
Petróleo mais caro e compra de roupas e eletrônicos levam rombo a US$ 38,46 bi em agosto, o maior da história
Déficit comercial dos EUA bate novo recorde
DA REDAÇÃO
O déficit comercial norte-americano disparou para US$ 38,46
bilhões em agosto, o maior valor
nominal já registrado pelo país. O
aumento no preço do petróleo e o
crescimento na importação de
produtos como roupas, brinquedos e eletrônicos foram os principais fatores que provocaram a deterioração das contas externas
norte-americanas.
De julho para agosto, o saldo
negativo saltou 9,7%, de acordo
com o Departamento de Comércio dos EUA. Naquele mês, o déficit ficara em US$ 35,07 bilhões. Na
conta do governo norte-americano são incluídas as trocas de mercadorias e também de serviços.
O déficit cresceu principalmente em relação à China, a Taiwan,
ao México e a países exportadores
de petróleo. Mas recuou ante a
União Européia e o Japão.
Brasil ganha
O saldo positivo brasileiro recuou um pouco, de US$ 442 milhões, em julho, para US$ 397 milhões, em agosto. Mas o superávit
no ano já é de US$ 1,7 bilhão, ante
um déficit de US$ 1,27 bilhão no
mesmo período do ano passado.
A América Latina ampliou seu
superávit com os norte-americanos em cerca de 8% em agosto,
enquanto no acumulado dos oito
primeiros meses do ano o salto já
é de 31% em comparação a igual
período de 2001.
Em agosto, o superávit mexicano bateu um recorde histórico e
atingiu US$ 3,5 bilhões. A China
também teve um saldo recorde de
US$ 10,86 bilhões.
De um modo geral, as importações norte-americanas cresceram
2% em agosto, para US$ 120,32 bilhões, o nível mais alto em 17 meses. As exportações recuaram
1,3%, para US$ 81,86 bilhões.
"A demanda de importados dos
norte-americanos é insaciável",
disse Ken Mayland, presidente da
consultoria ClearView Economics. "Pelo menos a economia está crescendo."
Mas boa parte dos economistas
não compartilha do otimismo de
Mayland. Os crescentes déficits
norte-americanos tornam o país
mais dependente de investimentos externos, o que poderia provocar uma desestabilização dos
mercados financeiros mundiais.
Para que o dólar não se desvalorize, os EUA precisam receber
US$ 1 bilhão em investimentos ao
dia. Com a crise de credibilidade
que corroeu a imagem das empresas dos EUA, houve uma fuga
de investidores estrangeiros, o
que se refletiu em uma ligeira depreciação do dólar ante o euro e o
iene e na queda das Bolsas.
Se o país deixar de receber o mínimo de capital necessário para financiar suas contas, o Federal Reserve (banco central dos EUA)
poderia elevar as taxas de juros, o
que secaria ainda mais os recursos externos para países como o
Brasil. Por outro lado, a depreciação da moeda frearia as importações norte-americanas, afetando
as vendas, principalmente, dos
países asiáticos e também da
América Latina.
A compra de bens de consumo,
como roupas e eletrônicos, cresceu 4,2% em agosto. Já a importação de bens de capital, como equipamentos de telecomunicações,
sofreu um pequeno recuo.
Segundo o Departamento de
Comércio, o preço médio do barril de petróleo importado ficou
em US$ 24,57, o maior valor desde dezembro de 2000. Em julho, a
cotação média fora de US$ 23,72.
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o déficit dos
EUA chega a US$ 279,46 bilhões.
Em igual período do ano passado,
o buraco no comércio exterior era
de US$ 250,78 bilhões.
Com agências internacionais
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