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COLAPSO
País faz novo esboço de carta
Argentina apresenta divergências ao FMI
DE BUENOS AIRES
O governo argentino não quer
cumprir cinco exigências feitas
pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para chegar a um novo acordo com o organismo.
Para começar a renegociar os
pontos de divergência, o ministro
Roberto Lavagna (Economia) elaborou e enviou a Washington
uma terceira versão do "esboço"
de carta de intenções que pretende firmar com o Fundo.
No documento, o país informou que não concorda em aumentar a meta de superávit primário para o próximo ano de
2,2% para 2,5% do PIB, como pede o Fundo. O ajuste obrigaria o
governo federal e as Províncias a
realizar novos cortes de gastos, o
que, para Lavagna, poderia agravar a recessão.
Além disso, o ministro também
informou que não pretende criar
novos impostos ou aumentar a
carga tributária, a fim de evitar
que a economia do país volte a encolher após dar leves sinais de recuperação nos últimos meses.
A terceira medida cobrada pelo
FMI que não foi aceita previa a eliminação dos controles de câmbio. O ministro acredita que as
atuais regras rígidas impedem
que a proximidade da eleição de
março no país e a turbulência financeira no Brasil façam a cotação do dólar disparar.
Lavagna explicou ainda que não
pode submeter dois dos três principais bancos públicos do país
-o Provincia e o Ciudad- a um
processo de reestruturação para
agradar ao Fundo porque essas
entidades estão sob jurisdição dos
governos da Província de Buenos
Aires e da cidade de Buenos Aires,
respectivamente.
Por último, Lavagna informou
que o reajuste de 20% a 30% previsto para as tarifas públicas no
segundo "esboço" de carta de intenções elaborado há cerca de dez
dias deverá ser substituído por
um aumento de até 10%.
Mesmo com essas divergências,
Lavagna confia que o acordo com
o FMI está "encaminhado" e que
será assinado em duas ou três semanas.
(JS)
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