São Paulo, sábado, 19 de outubro de 2002

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COLAPSO

País faz novo esboço de carta

Argentina apresenta divergências ao FMI

DE BUENOS AIRES

O governo argentino não quer cumprir cinco exigências feitas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para chegar a um novo acordo com o organismo.
Para começar a renegociar os pontos de divergência, o ministro Roberto Lavagna (Economia) elaborou e enviou a Washington uma terceira versão do "esboço" de carta de intenções que pretende firmar com o Fundo.
No documento, o país informou que não concorda em aumentar a meta de superávit primário para o próximo ano de 2,2% para 2,5% do PIB, como pede o Fundo. O ajuste obrigaria o governo federal e as Províncias a realizar novos cortes de gastos, o que, para Lavagna, poderia agravar a recessão.
Além disso, o ministro também informou que não pretende criar novos impostos ou aumentar a carga tributária, a fim de evitar que a economia do país volte a encolher após dar leves sinais de recuperação nos últimos meses.
A terceira medida cobrada pelo FMI que não foi aceita previa a eliminação dos controles de câmbio. O ministro acredita que as atuais regras rígidas impedem que a proximidade da eleição de março no país e a turbulência financeira no Brasil façam a cotação do dólar disparar.
Lavagna explicou ainda que não pode submeter dois dos três principais bancos públicos do país -o Provincia e o Ciudad- a um processo de reestruturação para agradar ao Fundo porque essas entidades estão sob jurisdição dos governos da Província de Buenos Aires e da cidade de Buenos Aires, respectivamente.
Por último, Lavagna informou que o reajuste de 20% a 30% previsto para as tarifas públicas no segundo "esboço" de carta de intenções elaborado há cerca de dez dias deverá ser substituído por um aumento de até 10%.
Mesmo com essas divergências, Lavagna confia que o acordo com o FMI está "encaminhado" e que será assinado em duas ou três semanas. (JS)


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