|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Com risco no fornecimento de gás, país pode viver crise em 2008, afirma estatal
DA SUCURSAL DO RIO
O gerente de planejamento
da produção de gás da Petrobras, Mauro Sant'Anna, disse
ontem que 2008 é o período de
"maior risco de ter uma crise
energética" no país, quando haverá provavelmente a necessidade de acionar usinas termelétricas que não tem assegurado o fornecimento de gás. "O
ano crítico para o sistema elétrico é 2008", disse.
Por conta disso, diz, não pode
haver atraso no plano da estatal
de investir US$ 8 bilhões para
antecipar a oferta de gás no Sudeste em 24 milhões de metros
cúbicos/dia até 2008.
Depois da crise com a Bolívia,
a Petrobras decidiu antecipar a
produção de 14 milhões de metros cúbicos de gás, especialmente em campos no Espírito
Santo e da bacia de Santos.
Duas plataformas serão alugadas provisoriamente para garantir a produção antecipada
de cerca de 10 milhões de metros cúbicos de gás até 2008 no
Espírito Santo. Essas unidades
serão substituídas no futuro
por plataformas próprias da estatal, a serem construídas no
Brasil, segundo Sant'Anna.
Na bacia de Santos (litoral do
Rio e São Paulo), será antecipada a produção de 2,5 milhões de
metros cúbicos/dia até 2008.
Outros projetos de gás que já
estavam em curso especialmente irão garantir um acréscimo 10 milhões de metros cúbicos/dia à produção atual de gás.
Ao final de 2008, a produção
no Sudeste deve chegar a 40
milhões de metros cúbicos, assegurando, com os 30 milhões
de metros cúbicos importados
da Bolívia, o consumo previsto
para o ano (70 milhões metros
cúbicos). "Pelas previsões do
setor elétrico, é o ano em que a
gente vai ter necessidade de
despacho massivo de térmicas,
por isso estamos desenvolvendo todo esse plano para ter gás e
garantir o despacho térmico
[entrada em operação das usinas em caso de falta de água nos
reservatórios]", afirmou.
Além do plano de aumento
da oferta de gás, a Petrobras
trabalha ainda em outras duas
frentes: manter a negociação
com a Bolívia e investir na importação de GNL (Gás Liqüefeito de Petróleo). Inicialmente, a Petrobras esperava ampliar o contrato de importação
da Bolívia dos atuais 30 milhões de metros cúbicos para
40 milhões de metros cúbicos.
Diante da nacionalização dos
ativos da estatal brasileira no
país e do aumento do imposto
sobre a produção de gás, a companhia brasileira desistiu da
idéia, sob o temor de aumentar
ainda mais sua dependência
em relação à Bolívia.
Potencial
Sant'Anna avalia que existe
um risco potencial de a Bolívia
não cumprir o contrato, apesar
de a possibilidade ser pouco
provável em razão da dependência do país vizinho. "Para o
Brasil, ficar sem gás seria uma
gripe. Mas, para a Bolívia, seria
uma pneumonia, já que os bolivianos não têm outra alternativa para vender o gás."
Mas, se for necessário, diz, a
estatal poderá dobrar a importação de GNL (Gás Liqüefeito
de Petróleo).
(PS)
Texto Anterior: Petrobras critica regra de leilão da ANP Próximo Texto: Campo operado por Petrobras na Bolívia tem reserva 40% menor, diz auditoria Índice
|