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SAIBA MAIS
Gestão de Lessa teve atritos com o setor bancário
DA REPORTAGEM LOCAL
A divergência de Carlos Lessa com o setor bancário foi
uma das marcas polêmicas de
sua gestão. O ex-presidente do
BNDES sempre criticou as taxas de juros praticadas pelas
instituições financeiras, dando
destaque ao "spread (diferença
das taxas que os bancos cobram para captar e emprestar
recursos). Para Lessa, os juros
altos causavam transferência
de renda do capital produtivo
para o capital financeiro e também seriam responsáveis pela
escassez de crédito disponível
na economia. "O Brasil não
cresce, só crescem os lucros dos
bancos", disse Lessa certa vez.
Lessa trombou de frente com
os bancos mais de uma vez.
Acusou a "gula" dos bancos
de estar por trás da proposta de
repasse dos recursos do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador), administrados pelo
BNDES, que seriam distribuídos diretamente pelas instituições financeiras privadas.
Na queda-de-braço, Lessa teria chegado a ligar para os
membros do Codefat -Conselho Deliberativo do FAT, órgão que administra os recursos
do fundo- para demovê-los
de votar a favor da proposta. O
direito de repasse do FAT é restrito aos bancos públicos.
Sob a gestão de Lessa, o
BNDES ameaçou descredenciar bancos que cobrassem
"spreads" excessivos para repassar dinheiro da instituição
pública. Em 2003, a decisão de
fazer empréstimos à Petrobras
sem a intermediação dos bancos desagradou ao setor. Na
época, Lessa afirmou que não
havia razão para um grande
cliente pagar "spread" adicional para conseguir recursos.
Segundo Lessa, outra preocupação era evitar que os agentes (instituições credenciadas)
exigissem a compra de produtos extras para dar empréstimo
com dinheiro público.
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