São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2004

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Última reunião com Lessa libera R$ 841 mi

DA SUCURSAL DO RIO

Na última reunião de diretoria presidida por Carlos Lessa, na quarta, o BNDES aprovou financiamentos de R$ 841,9 milhões, que permitem a abertura de 1.260 empregos, segundo o banco.
O empréstimo de maior valor é para a Companhia Brasileira de Alumínio, empresa do grupo Votorantim, que receberá R$ 234 milhões para ampliar a capacidade de produção de alumínio primário de 340 mil t/ano para 400 mil t/ano, abrindo 170 novas vagas diretas na siderúrgica.
A Gerdau Açominas teve aprovado financiamento de R$ 207 milhões, dos quais R$ 90 milhões para aquisição de máquinas e equipamentos. A operação permitirá que sejam criados mais 420 empregos diretos, sempre de acordo com o BNDES.
A siderúrgica Barra Mansa S/A receberá R$ 102,5 milhões para financiar a expansão deu capacidade produtiva. A Companhia Energética do Rio Grande do Norte receberá R$ 120 milhões do Programa de Apoio à Capitalização de Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica.

Futuro do banco
Tanto os que defendem a administração de Carlos Lessa no BNDES como aqueles que são críticos têm dúvidas em relação ao futuro do banco. O perfil do substituto Guido Mantega indica, dizem economistas, que ele é mais afinado com a equipe econômica, o que sugere mudanças.
Mas falta uma resposta: será que a ala desenvolvimentista do governo aceitaria perder seu último grande foco de resistência?
O economista Fernando Cardim - do Instituto de Economia da UFRJ, do qual Lessa é decano- diz que "tudo indica que sua saída é um enfraquecimento do que se poderia chamar, com algum exagero, de ala desenvolvimentista do governo, pelo seu reduzido número de membros". Já o diretor do instituto, João Sabóia, foi mais enfático: "Acho que é uma derrota para a ala desenvolvimentista. Ele acabou virando um símbolo no governo conservador que o PT está fazendo".
Sobre mudanças, um ex-dirigente do BNDES, que preferiu não se identificar, diz que o que as determinará será uma troca de diretoria, já que a atual "jogou fora" todas as experiências anteriores.
Citou os programas de promoção do mercado de capitais, vistos na era FHC como forma de alavancar investimentos financiados pela iniciativa privada. Lembrou que a atual administração do banco introduziu um velho mecanismo, já não mais usado no mundo, o de orientar onde e como as empresas devem investir. Não está claro ainda para o ex-dirigente se essa diretriz -a de guiar o desenvolvimento- é uma política de governo. Se for, nada muda.


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