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O EX-PRESIDENTE
"Lado FHC" ganha com queda, diz Mendonça
DA REDAÇÃO
O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente
do BNDES de 95 a 98, no governo
Fernando Henrique Cardoso,
afirma que a saída de Carlos Lessa
é sinal do progressivo avanço do
"lado FHC" sobre o lado "PT ortodoxo" no governo Lula.
Na "ala tucana", Mendonça de
Barros põe o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Para ele, a alta da taxa Selic, o episódio no
BNDES e até a saída de Cassio
Casseb do Banco do Brasil fazem
parte do movimento de fortalecimento dessa ala. "É a acomodação da parte FHC no governo sobre o PT ortodoxo", afirma.
Na avaliação do economista, a
entrada de Guido Mantega na
presidência do banco não trará
mudanças significativas, mas tornará "menos conflituosa" as relações na área econômica do governo. "Até mesmo pelo temperamento do ministro", diz.
"Mantega sempre endossou a
trajetória do governo. Mas não é
um ortodoxo." Para ele, o agora
ex-ministro do Planejamento representa "uma aliança de dois
grupos de pensamento econômico no governo, que concordam
quanto a abertura ao exterior.
No caso de Casseb, o economista vê indicativos de mais uma vitória da "linha palocciana". "O
presidente da República já deu sinais de que não vai permitir que o
lado mais ortodoxo do PT ocupe
o espaço [no BB]."
Calendário eleitoral e juros
Para Mendonça de Barros, o "lado FHC" do governo se prepara
para as eleições 2006 -a sucessão
de Luiz Inácio Lula da Silva. "O
aumento da taxa é um recuo tático. O país não tem como crescer
5% no ano que vem." O crescimento em 2005, segundo ele, esbarraria na falta de investimento
em infra-estrutura nos últimos
anos. Menos pujança agora para
mostrar força em 2006. "Palocci é
um homem político, sabe disso",
afirma. Sem grandes diferenças
de plataforma, a sucessão se concentrará em aspectos pessoais,
aposta.
(FLÁVIA MARREIRO)
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