São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2004

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TRABALHO

Crescimento em setembro foi de 1% sobre agosto

Emprego industrial cresce pelo 5º mês consecutivo, segundo o IBGE

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Num sinal de confirmação da melhora do mercado de trabalho da indústria, o emprego do setor cresceu 1% em setembro, na comparação com agosto livre de influências sazonais (típicas de cada período). Trata-se da quinta alta consecutiva, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na comparação com 2003, o emprego também manteve o crescimento dos meses anteriores. Uma novidade é que o indicador acumulado em 12 meses -que carrega ainda parte da forte crise do mercado de trabalho de 2003- teve em setembro a primeira taxa positiva (0,3%) desde dezembro de 2002.
Em relação a setembro do ano passado, o número de contratações da indústria subiu 3,5%.
"Uma hora o emprego tinha de dar uma resposta mais firme [ao aumento da produção da indústria]", disse Isabela Nunes, economista da Coordenação de Indústria do IBGE.
O crescimento da produção de setores mais voltados para o mercado interno, diz, já começa a surtir efeito no emprego. Antes, apenas os ramos exportadores estavam crescendo, segundo ela.

Folha de pagamento
A outra novidade de setembro é a reação da folha de pagamento da indústria. Após dois meses consecutivos em queda, a folha de pagamento dos trabalhadores da indústria voltou a crescer ligeiramente, na série livre de influências sazonais. O aumento foi de 0,3% de agosto para setembro.
O maior número de contratações em setembro, diz Nunes, puxou o total da folha de pagamento para cima, além do fato de a inflação ter ficado estabilizada naquele mês. A folha de pagamento considera todos os ganhos dos empregados e cresce à medida que há mais gente contratada.
Quando comparado a 2003, o total da folha de pagamento manteve a expansão dos últimos meses: 10,2% ante setembro de 2003 e 9,3% ante o terceiro trimestre de 2003.

Setores
Em relação a setembro de 2003, os dados mostram um aumento na geração de postos de trabalho espalhado por toda a cadeia industrial. Em relação a setembro de 2003, todos os 13 locais e 14 segmentos pesquisados apresentaram taxas positivas.
Tal movimento, diz o IBGE, levou o terceiro trimestre deste ano a fechar com aumento nas contratações de 2,9%. No acumulado deste ano, foram criados, até setembro, 1,1% de postos de trabalho a mais do que em igual período de 2003.
Com o vigor de ramos como veículos, alimentos (nesse caso, destinados à exportação, como açúcar), eletroeletrônico e comunicações e máquinas e equipamentos, as maiores contribuições para o aumento do emprego vieram de São Paulo e Minas Gerais.


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