DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os agricultores da região Centro-Oeste deverão substituir o óleo diesel comum por biodiesel puro nas suas máquinas nos próximos dez anos. "No futuro, no horizonte de cinco a dez anos, você não deve ver mais produtor comprando combustível para movimentar as máquinas dele", diz o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (ex-PPS), um dos maiores produtores de soja do país.
Na avaliação do governador, empreendimentos agrícolas que tenham pelo menos mil hectares (um hectare equivale a 10 mil metros quadrados) deverão produzir seu próprio combustível -ou seja, usar a mistura chamada de B100 (100% biodiesel) em frotas próprias de tratores, demais máquinas agrícolas e caminhões. Pelos cálculos do governador, o litro do biodiesel na região deve ficar em torno de R$ 1,60, ante R$ 2,05 do diesel de petróleo.
O limite de 2% (2008) ou 5% (2013) vale apenas para a venda de combustível para terceiros. Quem produz biodiesel pode usar a quantidade que desejar, desde que em frota própria.
Na avaliação de Maggi, o biodiesel será importante para quem produz soja porque pode contribuir para melhorar as cotações do produto. "Parte do óleo que é exportado vai ser consumida na produção de biodiesel. Com menos óleo no mercado, o preço sobe e arrasta o preço do grão. Isso tem um reflexo no mercado mundial", disse. "O biodiesel, para o produtor de soja, é importante porque nós temos um comprador a mais que força para que os preços tenham uma melhor sustentação", afirmou.

Espaço
Para Blairo Maggi, há espaço tanto para o agronegócio quanto para a agricultura familiar no mercado de biodiesel. "Pelo incentivo que o governo federal vem dando, está abrindo caminho para o agricultor familiar", disse. Segundo ele, na usina que será inaugurada por Lula na terça, já há um acordo com uma cooperativa de agricultura familiar que irá fornecer como matéria-prima o pinhão manso (tipo de oleaginosa).


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