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Tarifa do trem-bala será de
até R$ 206
Governo diminui em 17% preço máximo no trecho entre os centros do Rio e de SP; Aparecida terá estação
Avaliação é que transporte
perderia competitividade
em relação à ponte aérea
com passagem a R$ 247;
leilão deve ocorrer em maio
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo reduziu a tarifa-teto do trem-bala que vai ligar o
Rio de Janeiro a São Paulo e decidiu que haverá uma estação
na cidade de Aparecida (SP). A
nova tarifa-teto é de R$ 0,50
por quilômetro, o que resulta
em uma passagem de R$ 206,15
entre os centros das capitais
dos dois Estados.
Pela minuta do edital que foi
colocada em consulta pública
ontem, o trajeto entre as duas
capitais terá que ser cumprido
em, no máximo, uma hora e 37
minutos. O consórcio vencedor
terá cinco anos para concluir a
obra, contados a partir da obtenção do licenciamento ambiental. O leilão deverá ocorrer
em maio, na Bovespa.
O governo trabalhava anteriormente com uma tarifa-teto
de R$ 0,60 por quilômetro, o
que levaria a passagem a custar
R$ 247,38 entre as estações Barão de Mauá (RJ) e Campo de
Marte (SP). Em nova avaliação,
foi constatado que o valor deixaria o trem-bala em uma situação de desvantagem competitiva em relação a outros meios
de transporte, como o avião.
O novo preço faz parte da minuta de edital que foi colocada
em consulta pública. Portanto
ainda poderá sofrer alteração
até o leilão. Depois da disputa,
poderá ser ainda menor. Para
definir o vencedor, serão levados em conta o menor pedido
de financiamento (peso de 70%
no julgamento) e a menor tarifa
(peso de 30%).
A ANTT (Agência Nacional
de Transportes Terrestres), no
entanto, não acredita que o
preço da tarifa caia muito na licitação. "A tarifa-teto já está
muito apertada", disse Bernardo Figueiredo, diretor-geral da
agência.
Mesmo com a redução, a tarifa-teto ainda é mais alta que o
preço cobrado pelas empresas
aéreas. Com o preço elevado, a
agência reguladora está tentando evitar que o eventual sucesso do trem-bala acabe com a
ponte aérea.
O trem terá nove estações,
obrigatoriamente. Caso o consórcio vencedor queira construir outras, será permitido.
Das nove obrigatórias, sete já
estão decididas: Barão de Mauá
(RJ), Galeão (RJ), Aparecida
(SP), Campo de Marte (SP),
Guarulhos (SP), Viracopos (SP)
e Campinas (SP).
Além dessas, o consórcio
vencedor terá de construir
duas estações no Vale do Paraíba -uma em São Paulo e outra
no Rio. Em São Paulo, a disputa
maior é entre São José dos
Campos e Taubaté.
De acordo com Bernardo Figueiredo, foi decidido que Aparecida terá uma estação porque
há uma demanda de 7 milhões
de pessoas por ano, o que sobrecarrega outros meios de
transporte, como o ônibus.
O governo criará uma estatal
que irá fazer parte, com os grupos vencedores do leilão, da
empresa que irá explorar o serviço. De acordo com a modelagem, essa empresa poderá colocar até R$ 3,4 bilhões no negócio, entre recursos do Tesouro
e ativos decorrentes do processo de desapropriação.
A estatal terá uma ação especial que dará direito ao governo
de vetar, entre outros pontos,
qualquer mudança na empresa
que envolva alteração da denominação social.
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