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ENERGIA
Propostas serão para áreas equivalentes a 2% das bacias sedimentares
ANP lança primeira licitação para exploração de petróleo
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
A ANP (Agência Nacional do Petróleo) deu partida ontem na primeira licitação para exploração e
produção de petróleo do país desde a flexibilização do monopólio
da Petrobrás, há três anos.
Foram colocados à disposição
dos interessados em concorrer
com a estatal brasileira 27 blocos
de bacias sedimentares, com área
total de 132,2 mil quilômetros quadrados, equivalente a 2% das bacias sedimentares brasileiras.
Os investimentos mínimos, a serem definidos em edital, serão de
US$ 1,2 bilhão em prazo que vai variar de quatro a nove anos.
Os vencedores das licitações serão as empresas que oferecerem ao
governo os maiores valores a título
de bônus para exploração de cada
área. A ANP vai incluir também no
processo decisório uma pontuação
que favoreça o concorrente que se
propuser a usar mais equipamentos nacionais.
Pelo cronograma divulgado ontem pela agência, a definição dos
vencedores ocorrerá em maio de
99, e as assinaturas de contratos será em junho. O diretor-geral da
agência, David Zylbersztajn, disse
que foram incluídas nessa primeira licitação "todas as áreas mais
promissoras".
De acordo com o diretor da ANP,
metade das áreas a serem licitadas
já tem algum tipo de prospecção
que indica serem essas áreas promissoras.
No dia 14 de janeiro, no Rio, a
ANP começa uma rodada de divulgação das áreas, com apresentações em seguida nas cidades norte-americanas de Houston e Nova
York e também em Londres. Desde ontem os interessados podem
consultar dados sobre a licitação
em uma página na Internet criada
especialmente para essa finalidade.
Das 27 áreas, 23 são para prospecção submarina na plataforma
continental, e quatro são em terra,
três no Paraná e uma no Rio Grande do Norte. Das 23 submarinas,
seis são na bacia de Campos (RJ),
área que concentra mais de 65% da
atual produção brasileira de petróleo. Outras seis são na bacia de
Santos, que vai de São Paulo a Santa Catarina.
Na bacia do Espírito Santo serão
licitadas quatro blocos. Na de Cumuruxatiba e na de Camamu e Almada, ambas na Bahia, serão cinco
blocos; os outros dois blocos serão
no Amazonas e na área submarina
do Rio Grande do Norte.
O diretor-geral da ANP disse que
no segundo semestre de 99 a agência colocará em licitação um segundo conjunto de áreas, de menor porte que as atuais e com
maior quantidade de blocos localizados em terra.
Zylbersztajn disse que as atuais
licitações não podem ser confundidas com os fracassados contratos de risco assinados nos anos 70
com várias empresas para exploração de petróleo no Brasil.
Segundo ele, naquela época não
havia concorrência real, e tudo era
controlado pela Petrobrás.
Todo óleo que viesse a ser descoberto teria que ser entregue à estatal, e era ela também que designava
as áreas a serem entregues às empresas privadas e quem fornecia os
dados geológicos.
"A gente não sabe claramente até
se havia interesse em que houvesse
descoberta de petróleo", afirmou
Zylbersztajn.
Ontem, a Petrobrás assinou a
sexta parceria para exploração de
petróleo, com um grupo liderado
pela Santa Fé (EUA).
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