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POLÍTICA MONETÁRIA
BC subestimou a gravidade da crise russa
da Sucursal de Brasília
O Banco Central subestimou a
gravidade da crise russa, no início
de setembro, e aplicou uma medida suave demais para enfrentar a
fuga de dólares do país, que já atingia US$ 9,5 bilhões desde agosto.
É o que revelam as notas da reunião de 2 de setembro do órgão do
BC responsável por fixar os juros,
o Copom (Comitê de Política Monetária), que são divulgadas com
três meses de defasagem.
"Embora houvesse expectativa
de deterioração do cenário internacional, concordou-se que o
aprofundamento da crise não seria
inexorável", dizem as notas.
Confiando em sua capacidade
para enfrentar a crise, o BC adotou
uma resposta gradual, em vez de
promover um choque de juros, como fez na crise asiática.
Seu plano era subir aos poucos a
taxa de juros, que estava em 19%
anuais no início de setembro. Ela
atingiria 29,75% em 1º de outubro,
caso a fuga de dólares do país continuasse.
O Copom montou uma engenharia para que isso ocorresse. Aumentou o teto dos juros, a Tban
(Taxa Básica do BC), de 25,75% para 29,75% anuais. Ao mesmo tempo, reduziu o piso dos juros, a TBC
(Taxa Básica do BC), de 19,75% para 19% anuais.
Mas os planos deram errado e,
dois dias depois, o BC abandonou
a estratégia gradualista e aumentou os juros para 29,75%, de uma
só vez. Essa reação foi insuficiente
e, uma semana depois, o teto foi a
49,75% anuais.
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