São Paulo, sábado, 19 de dezembro de 1998

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LETRA CAPITAL
Livro conta razão do sucesso de loja de café

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
da Reportagem Local


"Howard, disse Orin, com sua voz calma, houve uma séria geada no Brasil. O preço do café enlouqueceu.
No Brasil? A Starbucks nem comprava café do Brasil."
Esse é o ponto central do único trecho de um livro sobre café em que há referências ao Brasil, o maior produtor de café do mundo.
"Dedique-se de Coração - Como a Starbucks se tornou uma grande empresa de xícara em xícara", lançado recentemente pela Negócio Editora, trata sim de café, mas é um livro de marketing e administração ao contar a história da rede de "lojas de café" Starbucks.
O público-alvo do livro é composto, portanto, por administradores ou gerentes de empresas, especialmente aqueles com ambições de tocar um negócio próprio, de experimentar suas idéias sobre gestão, marketing, marcas.
O livro é um detalhado depoimento -Howard Schultz conta como conseguiu primeiro ganhar um emprego na Starbucks, depois comprá-la e em seguida promover um rápido e processo de expansão, que chega hoje ao controle de quase 2.000 lojas, a grande maioria nos Estados Unidos
Schultz conta minúcias da sua vida profissional e às vezes pessoal -o que deve atender parte do interesse dos leitores por esse tipo de obra, um meio-termo entre biografia e livro de administração.
O interesse ou curiosidade pela vida alheia, o desejo de comprovar que mesmo as celebridades praticam erros e cometem pecados, a esperança de descobrir os segredos de famosos e bem-sucedidos são algumas das razões que têm sistematicamente colocado biografias nas listas dos best sellers.
O aumento no número de brasileiros viajando ao exterior tornou mais oportuno o lançamento do livro, escrito em 1997.
Quem já esteve nos EUA quase certamente passou em frente de uma loja Starbucks e é provável que tenha tomado um café em uma delas, um dos poucos lugares da América do Norte onde é possível escapar do café aguado servido na maioria dos restaurantes.
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Tradução Criticar a qualidade das traduções e das edições dos livros publicados no país virou quase uma mania na imprensa brasileira. Mas não há como deixar de observar que a leitura do livro de Schultz ganharia se certos aspectos da vida norte-americana fossem colocados no seu contexto.
Por exemplo, quantos brasileiros sabem o que é um "quarterback"? Será que custaria muito colocar uma nota para explicar que é o nome de uma das posições dos jogadores de futebol americano?



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