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LETRA CAPITAL
Livro conta razão do sucesso de loja de café
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
da Reportagem Local
"Howard, disse Orin, com sua
voz calma, houve uma séria
geada no Brasil.
O preço do café
enlouqueceu.
No Brasil? A
Starbucks nem comprava café do
Brasil."
Esse é o ponto central do único
trecho de um livro sobre café em
que há referências ao Brasil, o
maior produtor de café do mundo.
"Dedique-se de Coração - Como
a Starbucks se tornou uma grande
empresa de xícara em xícara", lançado recentemente pela Negócio
Editora, trata sim de café, mas é
um livro de marketing e administração ao contar a história da rede
de "lojas de café" Starbucks.
O público-alvo do livro é composto, portanto, por administradores ou gerentes de empresas, especialmente aqueles com ambições de tocar um negócio próprio,
de experimentar suas idéias sobre
gestão, marketing, marcas.
O livro é um detalhado depoimento -Howard Schultz conta
como conseguiu primeiro ganhar
um emprego na Starbucks, depois
comprá-la e em seguida promover
um rápido e processo de expansão,
que chega hoje ao controle de quase 2.000 lojas, a grande maioria nos
Estados Unidos
Schultz conta minúcias da sua vida profissional e às vezes pessoal
-o que deve atender parte do interesse dos leitores por esse tipo de
obra, um meio-termo entre biografia e livro de administração.
O interesse ou curiosidade pela
vida alheia, o desejo de comprovar
que mesmo as celebridades praticam erros e cometem pecados, a
esperança de descobrir os segredos
de famosos e bem-sucedidos são
algumas das razões que têm sistematicamente colocado biografias
nas listas dos best sellers.
O aumento no número de brasileiros viajando ao exterior tornou
mais oportuno o lançamento do livro, escrito em 1997.
Quem já esteve nos EUA quase
certamente passou em frente de
uma loja Starbucks e é provável
que tenha tomado um café em uma
delas, um dos poucos lugares da
América do Norte onde é possível
escapar do café aguado servido na
maioria dos restaurantes.
˛
Tradução
Criticar a qualidade das traduções e das edições dos livros publicados no país virou quase uma mania na imprensa brasileira. Mas
não há como deixar de observar
que a leitura do livro de Schultz ganharia se certos aspectos da vida
norte-americana fossem colocados no seu contexto.
Por exemplo, quantos brasileiros
sabem o que é um "quarterback"?
Será que custaria muito colocar
uma nota para explicar que é o nome de uma das posições dos jogadores de futebol americano?
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