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Programa tem ao menos 66 obras irregulares, aponta TCU
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Responsável pela fiscalização do gasto público, o TCU
(Tribunal de Contas da União)
avalia que ao menos 66 obras
previstas no PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento)
têm problemas e indícios de
graves irregularidades, motivos
para que continuem suspensas.
Em setembro, quando a primeira versão da lista foi entregue ao governo, para auxiliar na
elaboração do Orçamento deste ano, as obras irregulares
eram 77. Segundo a Folha apurou, técnicos do TCU viram intensa movimentação do governo após a divulgação da lista, mas apenas 11 obras tiveram
problemas resolvidos.
Oficialmente, o tribunal não
se manifesta sobre os dados
apurados pela reportagem entre os técnicos da instituição. O
TCU só elabora uma lista oficial de obras no mês de setembro. A complexidade e a distribuição geográfica das obras exigem dos técnicos seis meses
de trabalho de campo.
Para o coordenador técnico
da NTC&Logística (Associação
Nacional do Transporte de
Cargas e Logística), Neuto
Gonçalves dos Reis, "o PAC
possui um grande problema de
gestão" e "é impossível fazer o
acompanhamento das obras,
porque não há planejamento".
Reis afirma que, segundo as
informações que vem recebendo e a impressão de associados
da NTC&Logística, "no geralzão, continua a mesma coisa".
Apesar da divulgação periódica
de balanços, a quantidade de
ações envolvidas no PAC
-2.014 ações-, a forma repentina como ele foi preparado e
lançado em poucas semanas e a
centralização do desempenho
nas mãos da ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil), tornam
difícil um acompanhamento.
Procurada pela Folha, a Casa
Civil, que coordena o PAC, informou que não se pronunciaria e indicou à reportagem os
ministérios responsáveis pelos
investimentos. O Ministério
dos Transportes disse que só
pretende tratar do tema após o
aniversário de um ano do programa, na terça-feira.
Colaborou SHEILA D'AMORIM , da Sucursal de
Brasília.
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