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Após dois anos de queda, deficit do INSS cresce 12,6%
Resultado é atribuído a ritmo menor de criação de vagas; benefício a rurais responde por 94% do rombo
LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE EM BRASÍLIA
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar do resultado positivo
registrado em dezembro, a Previdência Social teve um deficit
acumulado de R$ 43,6 bilhões
em 2009. O rombo foi 12,65%
superior de 2008 e é o pior resultado do INSS desde 2007.
O saldo negativo na conta
previdenciária voltou a subir
após queda significativa entre
2007 e 2008. Há dois anos, o
deficit estava em R$ 51 bilhões.
Segundo Helmut Schwarzer,
secretário da Previdência Social, em 2008, houve grande
criação de empregos, o que não
ocorreu em 2009 devido à crise. "O emprego formal estava
crescendo a todo o vapor em
2008. Em 2009, o primeiro semestre foi um pouco mais fraco, e o segundo puxou forte."
Em 2009, a arrecadação previdenciária somou R$ 184,6 bilhões, alta de 6,1% ante o ano
anterior. Porém, devido ao reajuste do salário mínimo para
R$ 465, a despesa com benefícios aumentou em maior proporção, 7,3% na mesma comparação, para R$ 228,2 bilhões.
Em dezembro, único mês de
2009 no qual o INSS fechou as
contas no azul, houve superavit
de R$ 1,75 bilhão. Segundo a
Previdência, o resultado refletiu o aumento nas contribuições por conta do 13º salário.
O pagamento de benefícios a
trabalhadores rurais foi responsável por 93,7% de todo o
deficit registrado pelo INSS em
2009, causando um rombo de
R$ 40,9 bilhões. Já a previdência urbana teve resultado deficitário de R$ 2,7 bilhões.
Segundo Schwarzer, mesmo
com o reajuste do salário mínimo em 2010, para R$ 510, a expectativa para este ano é de
uma melhora nas contas do
INSS por conta da recuperação
do mercado de trabalho.
Para Istvan Kasznar, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV, o crescimento
do deficit previdenciário ainda
não chega a ser preocupante
por ser pequeno em relação ao
PIB. "Com o retorno do crescimento a uma taxa anual de 5%,
é possível que a previdência urbana se torne superavitária nos
próximos anos."
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