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STJ decide se Chesf deve R$ 700 mi a empresas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O STJ (Superior Tribunal de
Justiça) deve julgar hoje um recurso de um consórcio de três
construtoras contra decisão do
presidente do próprio órgão, ministro Paulo Costa Leite, que suspendeu o desembolso pela Chesf
(Companhia Hidrelétrica do São
Francisco) de R$ 700 milhões em
favor delas, segundo estimativa
do governo.
A liberação da verba fora ordenada pela 12ª Vara Cível de Recife.
O valor corresponderia à parcela
de reajuste de um contrato de empreitada de obras da Usina Hidrelétrica de Xingó. As construtoras
são CBPO (Companhia Brasileira
de Projetos e Obras), Constran e
Mendes Júnior.
Pagamento suspenso
Costa Leite suspendeu o pagamento antecipado às empresas, a
pedido da Advocacia Geral da
União. Ele acolheu argumento do
governo sobre o valor muito elevado e o risco de a medida criar
problemas econômicos para a região Nordeste.
"Não só pela magnitude da expressão econômica cujo desembolso imediato se persegue, mas,
a meu sentir, muito mais pela repercussão imediata dos seus efeitos na região Nordeste, que convive com as dificuldades geradas
pelo racionamento de energia."
O recurso das construtoras contra a Chesf será apreciado pela
Corte Especial do STJ, composta
por 21 dos 33 ministros do órgão.
A batalha judicial surgiu por iniciativa da própria Chesf, que queria a anulação de um fator de reajuste do contrato baseado em índice especial calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), chamado de "fator K".
Correção
As empreiteiras entraram com
uma ação para inverter o jogo.
Passaram então a acusar a Chesf e
exigir o pagamento da diferença
da correção pretendida.
Inicialmente, a União não estava diretamente envolvida. A Justiça Federal em Pernambuco permitiu que a AGU entrasse no processo como parte interessada,
mas, na sentença, condenou a
Chesf ao pagamento imediato de
R$ 700 milhões em razão do reajuste pleiteado.
A Chesf afirmou no STJ que a liberação do dinheiro antes de a
sentença se tornar definitiva implicaria paralisação das máquinas
da Usina Térmica de Camaçari,
na Bahia, porque não haveria verba para pagar o óleo diesel que seria consumido pela unidade.
Ela também argumentou que o
desembolso comprometeria o pagamento de serviço da dívida e
novos investimentos na área de
transmissão e em empreendimentos de geração de energia
(Usina Térmica de Bongi).
Recurso
As empreiteiras recorreram ao
STJ alegando que a AGU não pode fazer parte do processo e que o
reajuste previsto no contrato impõe o pagamento de R$ 245 milhões.
A AGU afirma que pode atuar
no caso e que o valor corrigido
atinge R$ 700 milhões.
(SILVANA DE FREITAS)
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