|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bird e BID só fazem caridade, diz Caramuru
ENVIADO ESPECIAL A MONTERREY
O governo brasileiro criticou
ontem os bancos multilaterais
por fazerem "caridade" em vez
de ajudarem países pobres e
emergentes a crescer.
Durante conferência sobre o
financiamento da ONU em
Monterrey, no México, o embaixador Marcos Caramuru,
um dos representantes brasileiros no evento, condenou a prevalência de doações para projetos sociais nas atividades do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) e do Bird
(Banco Mundial).
"A cooperação deveria servir
para integrar os países aos fluxos do comércio e investimento, e não só para fazer caridade.
É preciso romper o tabu desses
organismos de não financiar o
comércio exterior e fazê-los
voltar a investir em infra-estrutura", disse Caramuru.
O embaixador brasileiro, que
participou da mesa-redonda
"Parcerias no Financiamento
ao Desenvolvimento", defendeu uma maior participação
dos bancos multilaterais no financiamento dos fluxos comerciais.
"Devido às crises dos países
em desenvolvimento nos anos
70 e 80, esses bancos reduziram
seu envolvimento com o setor
privado na década de 90", disse
Caramuru. "Passaram a centrar seus esforços em programas diretos de redução de pobreza. O problema é que bancos privados continuam resistindo a emprestar recursos para as exportações de países pobres e para setores de infra-estrutura de países em desenvolvimento, como os energético e
de saneamento."
Barreiras comerciais
Caramuru e a delegação da
Argentina também pediram à
ONU uma campanha adicional
para forçar países ricos a reduzir suas barreiras comerciais. A
delegação da França opôs-se à
idéia argumentando que um
compromisso político sobre o
cronograma já foi feito na reunião da OMC (Organização
Mundial do Comércio), em
Doha, no Qatar.
(MARCIO AITH)
Texto Anterior: Globalização: Soros quer ajudar pobres com Bolsa-Escola Próximo Texto: Tradutores da ONU pousam na Monterrey errada Índice
|