São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 2002

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LÁ FORA

No Chile, presidente afirma que Fundo beneficia países europeus

FHC critica "manobras" do FMI

CLÁUDIA DIANNI
ENVIADA ESPECIAL A SANTIAGO

O presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a criticar as manobras contábeis do FMI (Fundo Monetário Internacional) para beneficiar os países europeus e "a falta de sensibilidade" das economias ricas para influenciar as decisões sobre a oferta de crédito da instituição.
Na semana passada, FHC disse que o FMI trata os países em desenvolvimento como analfabetos, durante a conferência do BID (Banco Interamericano), em Fortaleza.
No discurso que fez ontem no Congresso Nacional do Chile, em Valparaíso, o presidente também defendeu uma reforma no sistema financeiro internacional para aumentar a presença dos países em desenvolvimento na economia mundial.
Segundo ele, esse é um problema que piorou desde que assumiu o governo, em 1995.
Na avaliação de FHC, o problema agravou-se com o capital especulativo "migrando de maneira irracional" e provocando crises no México, no Sudeste Asiático, na Rússia, no Brasil e na Argentina.
Com o cancelamento de sua ida à Cúpula de Monterrey, no México, por causa dos problemas políticos devidos ao rompimento da aliança entre PFL e PSDB, FHC inseriu o tema em discurso no Congresso chileno.
Prejuízos que a falta de controle do fluxo de capitais causa aos países em desenvolvimento é um dos temas da cúpula.
De acordo com FHC, não faltam propostas para melhorar a falta de governança. "O que sempre faltou e continua a faltar é a sensibilidade política por parte dos Estados com maior influência sobre as instituições multilaterais de crédito."
Os EUA e a União Européia têm condicionado a liberação de empréstimo à Argentina a programas de ajuste econômico de difícil execução naquele país.
Na segunda-feira, no discurso que fez em jantar oferecido pelo presidente Ricardo Lagos, FHC disse que a integração hemisférica -a Alca (Área de Livre Comércio das Américas)- só pode ser alcançada "pelo caminho da reciprocidade, e não pelo do liberalismo de mão única".



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