São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 2002

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INFORMÁTICA

Margem será apertada HP espera aprovação de compra da Compaq

DA REDAÇÃO

Carly Fiorina, diretora-executiva da Hewlett-Packard, previu aprovação da fusão da empresa com a Compaq, na assembléia de acionistas realizada ontem. O resultado oficial da votação sairá somente dentro de algumas semanas.
De acordo com Fiorina, a contagem preliminar dos votos indica que os acionistas optaram por aprovar a fusão por uma margem apertada, inferior a 2% dos votos. Em discurso no auditório da empresa em Palo Alto, Califórnia, os mais de mil acionistas presentes ouviram a executiva defender a fusão, que seria essencial à sobrevivência de longo prazo da companhia e levaria à criação de uma gigante no ramo de tecnologia.
Segundo a diretora, nos primeiros nove meses após a fusão, a companhia deve identificar as demissões a serem feitas. "Enquanto a eliminação de 15 mil empregos é uma má notícia, seria um engano acreditar que isso só ocorreria no caso da fusão ser aprovada. Hoje, temos 36 mil funcionários em um negócio que não é lucrativo."
Fiorina, a primeira mulher da história a dirigir uma das 20 maiores empresas dos EUA, foi contratada para reformular a HP há três anos e é a principal responsável pelo plano de fusão.

Oposição
A compra, que custará US$ 21 bilhões à HP, foi contestada por grande parte dos acionistas, tornando esta uma das mais disputadas assembléias corporativas da história, com a participação de mais de mil acionistas. Duas horas antes do início da votação já havia grande movimento no auditório da companhia.
Os acionistas podem votar quantas vezes acharem necessário, sendo que somente o último voto é contabilizado. Saul Chaikin, professor aposentado, trocou de idéia três vezes antes de votar. "Estou presenciando um evento histórico", afirmou.
A proposta de aquisição da Compaq, anunciada em setembro, recebeu forte oposição das famílias Hewlett e Packard, que possuem 22% da empresa. Walter Hewlett, filho de um dos fundadores da companhia e principal opositor da fusão, negou-se a admitir derrota. "Não é possível saber o vencedor até que todos os votos sejam apurados."
Hewlett, na campanha contra a fusão, enviou correspondência a mais de 900 mil acionistas. Em discurso no auditório da HP, disse que a HP estaria pagando caro pela Compaq e entrando em um negócio arriscado, em que computadores pessoais são vendidos com baixa margem de lucro.
Os acionistas da Compaq devem dar seu parecer sobre a fusão hoje, em Houston (Texas). A expectativa é de que o negócio seja aprovado por eles, uma vez que a HP estaria pagando um grande prêmio pelas ações da Compaq.


Com agências internacionais


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