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MANAUS
Operação durou 15 horas
PF ocupa porto para evitar contrabando
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A Polícia Federal ocupou o porto de Manaus por mais de 15 horas para impedir a saída de mercadorias de empresas acusadas de
envolvimento com contrabando
na Zona Franca de Manaus.
A manobra foi descoberta por
fiscais operação pente-fino da Receita Federal, iniciada no fim de
janeiro. Perto das 11h de anteontem, algumas operadoras portuárias tentaram retirar contêineres
supostamente vazios do porto.
Alertada pela Receita, a PF interveio porque haveria contêineres com produtos contrabandeados entre os que seriam vazios. As
duas saídas do porto foram fechadas até as 2h de ontem, por ação
da PF amparada por um mandado de busca da Justiça Federal.
Durante a operação, dirigida
pelo delegado Sérgio Fontes, houve pane no sistema de energia do
porto. Os agentes apreenderam
documentos nas operadoras
SNPH (Serviço de Navegação,
Porto e Hidrovias), Transnave,
Expresso Oliva e Amazônia Operações Portuárias.
Todos os contêineres, com cerca de 6.000 toneladas, que haviam
chegado no navio Mercosul Palometa, foram vistoriados. Os cerca
de 180 trabalhadores, entre estivadores e armadores, não puderam
entrar no porto.
A PF não divulgou o nome das
empresas proprietárias das cargas. Um inquérito foi aberto para
apurar o suposto envolvimento
das operadoras no esquema de
contrabando. A SNPH é a única
citada na denúncia do Ministério
Público Federal. Isso desencadeou a abertura de processo criminal contra a empresa DM Eletrônica da Amazônia Ltda, e abertura de mais oito inquéritos que
apuram empresas em situação semelhante. Seis delas são fabricantes de produtos eletrônicos.
A SNPH é a empresa que atua
como autoridade portuária por
uma concessão de 25 anos do governo do Amazonas.
O diretor-presidente da SNPH,
Cliffordf Ruiz de Oliveira, foi procurado ontem pela reportagem,
mas segundo assessores estava
depondo na PF. Os diretores das
outras três operadoras também
não foram localizados.
"Essa operação vem confirmar
o que sempre os trabalhadores
denunciaram. O porto de Manaus
não tem controle das cargas que
recebe", disse Rui Johnson, presidente do Sindicato dos Portuários
do Amazonas.
Segundo ele, outra irregularidade que existe é a falta no porto de
uma balança para pesar cargas.
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