São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 2002

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MANAUS

Operação durou 15 horas

PF ocupa porto para evitar contrabando

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A Polícia Federal ocupou o porto de Manaus por mais de 15 horas para impedir a saída de mercadorias de empresas acusadas de envolvimento com contrabando na Zona Franca de Manaus.
A manobra foi descoberta por fiscais operação pente-fino da Receita Federal, iniciada no fim de janeiro. Perto das 11h de anteontem, algumas operadoras portuárias tentaram retirar contêineres supostamente vazios do porto.
Alertada pela Receita, a PF interveio porque haveria contêineres com produtos contrabandeados entre os que seriam vazios. As duas saídas do porto foram fechadas até as 2h de ontem, por ação da PF amparada por um mandado de busca da Justiça Federal.
Durante a operação, dirigida pelo delegado Sérgio Fontes, houve pane no sistema de energia do porto. Os agentes apreenderam documentos nas operadoras SNPH (Serviço de Navegação, Porto e Hidrovias), Transnave, Expresso Oliva e Amazônia Operações Portuárias.
Todos os contêineres, com cerca de 6.000 toneladas, que haviam chegado no navio Mercosul Palometa, foram vistoriados. Os cerca de 180 trabalhadores, entre estivadores e armadores, não puderam entrar no porto.
A PF não divulgou o nome das empresas proprietárias das cargas. Um inquérito foi aberto para apurar o suposto envolvimento das operadoras no esquema de contrabando. A SNPH é a única citada na denúncia do Ministério Público Federal. Isso desencadeou a abertura de processo criminal contra a empresa DM Eletrônica da Amazônia Ltda, e abertura de mais oito inquéritos que apuram empresas em situação semelhante. Seis delas são fabricantes de produtos eletrônicos.
A SNPH é a empresa que atua como autoridade portuária por uma concessão de 25 anos do governo do Amazonas.
O diretor-presidente da SNPH, Cliffordf Ruiz de Oliveira, foi procurado ontem pela reportagem, mas segundo assessores estava depondo na PF. Os diretores das outras três operadoras também não foram localizados.
"Essa operação vem confirmar o que sempre os trabalhadores denunciaram. O porto de Manaus não tem controle das cargas que recebe", disse Rui Johnson, presidente do Sindicato dos Portuários do Amazonas.
Segundo ele, outra irregularidade que existe é a falta no porto de uma balança para pesar cargas.



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