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São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

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Bolsas perdem euforia; petróleo volta a recuar

DA REDAÇÃO

Depois da eufórica recuperação iniciada na semana passada, os mercados globais fizeram uma pausa para respirar. A maioria das principais Bolsas encerrou o dia no azul, mas com ganhos modestos.
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York registrou o sexto dia seguido de valorização. Ontem a alta ficou em 0,87%. Desde a semana passada, quando ficou claro que os EUA e o Reino Unido deixariam a diplomacia de lado e partiriam para a guerra, o Dow Jones já subiu cerca de 10%.
Mas o setor de tecnologia foi afetado por causa das fracas vendas da empresa de informática Oracle. A Nasdaq encerrou em queda de 0,25%.
Na Europa, Londres subiu 0,48%, Paris ganhou 1,53% e Frankfurt teve alta de 1,18%.
"É muito difícil dizer como o mercado se comportará no curto prazo, na dependência do que ocorrerá lá fora [no Iraque]", disse Brian Pears, da corretora Victory Capital Management.

Barril de pólvora
Já a cotação do petróleo registrou o quinto dia seguido de queda no mercado norte-americano, ficando abaixo de US$ 30 pela primeira vez desde dezembro. O barril para entrega em abril encerrou o pregão sendo vendido a US$ 29,88, com queda de 5,65%. O óleo para entrega em maio, que passará a ser o contrato de referência do mercado, recuou 2,3%, para US$ 29,36.
Em Londres, na Bolsa Internacional do Petróleo, a cotação fechou em ligeira alta de 0,92%, a US$ 27,50.
Desde que atingiu seu recente pico no mercado americano, de US$ 39,99, no mês passado, as cotações já caíram cerca de 25%. A venda de contratos que estavam nas mãos de fundos especulativos seriam a explicação para boa parte da queda, mas, daqui para a frente, o comportamento dependerá da evolução do conflito e suas consequências.
"O prêmio de guerra [sobretaxa cobrada por causa do conflito] é um conceito teórico, que não tem uma metodologia de cálculo aceita", disse Tim Evans, analista de energia da corretora IFR-Pegasus. "Mas a queda nos preços agora, antes das primeiras bombas, indica que há margem para uma alta se a invasão não correr bem ou se o Iraque conseguir destruir seus campos de exploração."

Produção iraquiana
A indústria petrolífera iraquiana precisará de, pelo menos, dois anos de investimentos para que consiga ampliar seus níveis de produção de maneira expressiva, após uma eventual ocupação norte-americana. Segundo Martin Purvis, da consultoria Wood Mackenzie, a produção do Iraque poderia chegar a 3 milhões de barris diários em 2005. Hoje, a capacidade de extração é de cerca de 2,8 milhões de barris diários.
Ainda segundo Purvis, em 2012 os poços iraquianos poderão estar produzindo até 6 milhões de barris ao dia. "O Iraque explorou apenas algumas de suas recentes descobertas e há muitos, muitos campos que permanecem praticamente intocados", afirmou.


Com agências internacionais


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