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Movimento de investidores em busca de maior retorno pode facilitar captação de recursos e linhas de crédito para o Brasil
Conflito não deve afetar fluxo de recursos
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O fluxo de recursos para o Brasil
não deve ser prejudicado durante
a esperada guerra entre Estados
Unidos e Iraque. E se o iminente
conflito for de curta duração, o
Brasil pode até ser beneficiado pelo movimento de investidores em
busca de retornos maiores.
Após o mercado internacional
haver fechado suas portas para o
país a partir do segundo semestre
de 2002, este ano tem sido marcado pela menor dificuldade para
bancos captarem no exterior e
empresas rolarem suas dívidas.
"Temos muitos motivos para
acreditar que o crédito continuará
a ter uma evolução favorável ao
longo do ano. Acredito que a
guerra não deverá atrapalhar o
Brasil. Não digo no segundo trimestre, mas acho que a situação
do crédito das empresas poderá
estar normalizada no segundo semestre deste ano", afirma Brian
O'Neill, presidente do banco JP
Morgan para a América Latina.
Em relatório da Merrill Lynch, o
mercado brasileiro aparece como
tendo características para saciar o
apetite recente por risco demonstrado por investidores globais.
Nas últimas semanas, a procura
por papéis da dívida externa brasileira, como os C-Bonds, tem
crescido bastante. A valorização
dos C-Bonds supera 15% neste
ano. Mas a queda de 1,2% registrada pelos papéis ontem deixou
dúvidas se os investidores continuariam a apostar neles.
Felipe Brandão, diretor de mercados emergentes da López Léon,
afirma que houve uma mudança
nas posições de alguns investidores, ontem. O dia foi de venda de
títulos de países emergentes, como os C-Bonds. "Mas não acredito que os papéis entrem em uma
fase de baixas expressivas. Foi
apenas um movimento de realização de lucros acumulados nos últimos dias. Os títulos latinos não
devem sofrer muito com a guerra", diz Brandão.
Para o Institute of International
Finance (IIF), este será um ano
melhor para a América Latina. A
projeção do IIF é que a região
cresça 2,4% neste ano. Em 2002,
segundo estimativa do instituto, a
economia latino-americana sofreu retração de 0,4%.
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