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São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

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Movimento de investidores em busca de maior retorno pode facilitar captação de recursos e linhas de crédito para o Brasil

Conflito não deve afetar fluxo de recursos

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O fluxo de recursos para o Brasil não deve ser prejudicado durante a esperada guerra entre Estados Unidos e Iraque. E se o iminente conflito for de curta duração, o Brasil pode até ser beneficiado pelo movimento de investidores em busca de retornos maiores.
Após o mercado internacional haver fechado suas portas para o país a partir do segundo semestre de 2002, este ano tem sido marcado pela menor dificuldade para bancos captarem no exterior e empresas rolarem suas dívidas.
"Temos muitos motivos para acreditar que o crédito continuará a ter uma evolução favorável ao longo do ano. Acredito que a guerra não deverá atrapalhar o Brasil. Não digo no segundo trimestre, mas acho que a situação do crédito das empresas poderá estar normalizada no segundo semestre deste ano", afirma Brian O'Neill, presidente do banco JP Morgan para a América Latina.
Em relatório da Merrill Lynch, o mercado brasileiro aparece como tendo características para saciar o apetite recente por risco demonstrado por investidores globais.
Nas últimas semanas, a procura por papéis da dívida externa brasileira, como os C-Bonds, tem crescido bastante. A valorização dos C-Bonds supera 15% neste ano. Mas a queda de 1,2% registrada pelos papéis ontem deixou dúvidas se os investidores continuariam a apostar neles.
Felipe Brandão, diretor de mercados emergentes da López Léon, afirma que houve uma mudança nas posições de alguns investidores, ontem. O dia foi de venda de títulos de países emergentes, como os C-Bonds. "Mas não acredito que os papéis entrem em uma fase de baixas expressivas. Foi apenas um movimento de realização de lucros acumulados nos últimos dias. Os títulos latinos não devem sofrer muito com a guerra", diz Brandão.
Para o Institute of International Finance (IIF), este será um ano melhor para a América Latina. A projeção do IIF é que a região cresça 2,4% neste ano. Em 2002, segundo estimativa do instituto, a economia latino-americana sofreu retração de 0,4%.


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