DA REPORTAGEM LOCAL

As negociações salariais em 2003 serão tensas, e os sindicatos vão enfrentar dificuldades para discutir reajustes acima de 10%, o que não ocorre desde 94.
"Desde o início do Plano Real, os trabalhadores não negociavam com cenários de inflação acumulada em patamares elevados. As negociações serão difíceis. Os sindicatos vão discutir reajustes com a expectativa de inflação em queda mês a mês, mas elevada no acumulado dos últimos 12 meses", disse Wilson Amorim, do Dieese. Na sua previsão, a inflação deve chegar a setembro em torno de 15% a 17%.
"Optamos por antecipar a campanha salarial e buscar reajustes emergenciais para evitar que tenhamos de negociar entre 20% e 30% de reposição", disse Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical. A central deve fazer greves a partir da próxima semana para conseguir reajustes antecipados.
Para o presidente da CUT, João Felício, governo e empresários têm de discutir a recuperação do poder de compra dos trabalhadores. "Não queremos indexação, mas não dá para ficar com os salários tão achatados." (CR)


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