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Valor da inadimplência em cheques emitidos cresce 27% no 1º trimestre
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Dados publicados ontem tornam possível afirmar que o já
anunciado aumento na taxa da
inadimplência veio acompanhado de crescimento no tamanho
do calote. Segundo levantamento
da Telecheque, empresa de gestão
de crédito, aumentou em 27,2% o
valor total da inadimplência em
cheques emitidos no país no primeiro trimestre sobre 2003.
Se antes os cheques emitidos e
não pagos somavam R$ 100, por
exemplo, agora somam R$ 127,2.
Ao descontar a inflação (IPC/Fipe
dos últimos 12 meses), o valor
continua elevado e atinge R$ 122,7
(alta de 22,7%). Os números foram obtidos com base em dados
de cerca de mil clientes (lojistas)
da Telecheque no país.
Pesquisas recentes já mostravam que o volume de cheques
sem fundos devolvido havia subido: o número passou de 16,7 para
cada lote de mil compensados para 17,2 por lote no período de um
ano -em março de 2003 em relação ao mês passado. Esses números foram publicados pela Serasa,
que usa como base informações
do Banco Central.
Ao cruzar os dois resultados, da
Serasa e da Telecheque, as entidades comerciais passaram a afirmar que não só o montante de
operações inadimplentes subiu,
assim como o volume delas.
"Há uma parcela de consumidores que voltou às lojas, após
limpar o nome no final do ano, e
se enrolou novamente", diz José
Antonio Praxedes, vice-presidente da Telecheque. Esse descontrole foi verificado em produtos de
maior valor agregado, o que pode
ter pressionado o volume total do
calote neste ano.
Dados da ACSP (Associação
Comercial de São Paulo) mostram que as lojas de eletrodomésticos, móveis e decorações, relojoarias e materiais de construção,
entre outros, sentiram um aumento na inadimplência neste
ano. Tanto que esses setores (ao
lado de outros 13 segmentos, num
total de 25) registraram alta no total de títulos protestados de pessoas físicas em São Paulo em março de 2004 em relação a fevereiro.
A Telecheque ainda informou
ontem que a taxa de inadimplência em cheques no país atingiu
3,63% em março deste ano (superior a taxa de 2,64% no mesmo
mês do ano passado e de 2,68%
em 2002).
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