São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2006

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Queda não anima setor produtivo

DA REPORTAGEM LOCAL

Para empresários e sindicalistas, a queda da Selic para 15,75% não causa surpresa e não é suficiente para estimular os negócios das empresas e o emprego.
"A indústria lamenta mais uma vez mais a decisão do Copom de não acelerar o ritmo da redução da taxa Selic", diz Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria.
Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, "os reflexos práticos no mercado são imperceptíveis [com a Selic atual] e demoram para chegar ao orçamento dos consumidores e às planilhas de custos das empresas".
Skaf diz que não se justifica a atitude extremamente cautelosa do Copom com relação à Selic. "Os índices de preços de março confirmaram o caráter temporário das pressões do início do ano, reforçando as perspectivas de queda da inflação nos próximos meses. A inflação no Brasil está sob controle. O mundo está crescendo cerca de 5% ao ano. O Brasil cresce em torno de 3,5%."
Para Boris Tabacof, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), a surpresa seria uma redução do juros mais agressiva, de 1,0 a 1,5 ponto percentual. "O Ciesp continuará defendendo juros menores para que os investimentos necessários ao país de fato ocorram", afirma.
Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), diz que "o importante é que a ata da reunião do Copom transmita a continuidade da redução dos juros nos próximos meses, já que as taxas de juros no país continuam sendo as maiores do mundo", afirma.
"É lamentável que o ritmo de queda da taxa básica de juros continue anêmico. O Copom e o BC fazem ouvidos moucos à insistência da sociedade, que pede uma redução acelerada em nome de maior crescimento econômico. Além de chatos, tornam-se cada vez mais insensíveis aos interesses de quem não vive da ciranda financeira", afirma João Antonio Felício, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, diz que "o desempenho pífio da economia é resultado de uma política econômica equivocada que mantém os juros em patamares proibitivos".


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