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Queda não anima setor produtivo
DA REPORTAGEM LOCAL
Para empresários e sindicalistas, a queda da Selic para 15,75%
não causa surpresa e não é suficiente para estimular os negócios
das empresas e o emprego.
"A indústria lamenta mais uma
vez mais a decisão do Copom de
não acelerar o ritmo da redução
da taxa Selic", diz Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria.
Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo), Paulo Skaf, "os reflexos práticos no mercado são
imperceptíveis [com a Selic atual]
e demoram para chegar ao orçamento dos consumidores e às planilhas de custos das empresas".
Skaf diz que não se justifica a
atitude extremamente cautelosa
do Copom com relação à Selic.
"Os índices de preços de março
confirmaram o caráter temporário das pressões do início do ano,
reforçando as perspectivas de
queda da inflação nos próximos
meses. A inflação no Brasil está
sob controle. O mundo está crescendo cerca de 5% ao ano. O Brasil cresce em torno de 3,5%."
Para Boris Tabacof, diretor do
Ciesp (Centro das Indústrias do
Estado de São Paulo), a surpresa
seria uma redução do juros mais
agressiva, de 1,0 a 1,5 ponto percentual. "O Ciesp continuará defendendo juros menores para que
os investimentos necessários ao
país de fato ocorram", afirma.
Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial
de São Paulo (ACSP), diz que "o
importante é que a ata da reunião
do Copom transmita a continuidade da redução dos juros nos
próximos meses, já que as taxas
de juros no país continuam sendo
as maiores do mundo", afirma.
"É lamentável que o ritmo de
queda da taxa básica de juros continue anêmico. O Copom e o BC
fazem ouvidos moucos à insistência da sociedade, que pede uma
redução acelerada em nome de
maior crescimento econômico.
Além de chatos, tornam-se cada
vez mais insensíveis aos interesses
de quem não vive da ciranda financeira", afirma João Antonio
Felício, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, diz que "o
desempenho pífio da economia é
resultado de uma política econômica equivocada que mantém os
juros em patamares proibitivos".
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