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Para Dilma, governo já ajudou antes
LILIAN CHRISTOFOLETTI
ENVIADA ESPECIAL A OSÓRIO (RS)
A ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff, afirmou ontem que o
governo federal já socorreu a Varig no passado e que aportar mais
dinheiro hoje seria afundar ainda
mais a companhia aérea.
"Não podemos dizer que o governo federal não deu condições
nos últimos anos de a Varig se recuperar, tanto é assim que hoje
nós somos os maiores credores",
afirmou a ministra, que avalia que
a dívida da Varig com o governo
seja 55% ou 60% dos cerca de R$ 8
bilhões de seu saldo devedor.
Essa ajuda do governo, disse ela,
foi feita por meio da formação de
um passivo tributário e previdenciário e de investimentos da BR
Distribuidora, do Banco do Brasil
e da Infraero. Para Dilma, todas as
tentativas feitas para sanear a empresa encontraram um "obstáculo intransponível" na Fundação
Ruben Berta, que administra a
companhia.
"O que nós verificamos é que os
processos que vinham ocorrendo,
como a parceria TAM-Varig, não
deram certo, várias tentativas de
saneamento da Varig esbarraram
em uma impenetrável barreira,
que consistia numa característica
muito peculiar da Fundação Ruben Berta, que teve problemas públicos e notórios de gestão ao longo desse período."
Para a ministra, a administração da Varig foi equivocada ao
chegar a um déficit operacional
sistemático, pois "entra em prejuízo cada vez que funciona".
Como a Varig foi enquadrada
na nova Lei de Falência, a companhia deverá obedecer à nova fase
de recuperação judicial. "É uma
tentativa para que a parte mais
saudável da empresa se recupere e
possa ser vendida."
A ministra afirmou que o governo federal faz a sua parte quando
não cobra a dívida da companhia
aérea. "A fase de recuperação judicial permite a empresa se recuperar sem ter cobranças de dívidas. Isso não significa botar mais
dinheiro para enterrar a Varig.
Botar mais dinheiro para afundar
o buraco foi feito até hoje, não é de
graça que temos uma dívida de R$
8 bilhões", afirmou.
Em Brasília, o ministro da Defesa, Waldir Pires, disse que o fato
de a situação da Varig estar sendo
tratada na Justiça pode dar mais
"flexibilidade" para uma solução
da crise na aérea. Segundo ele, até
o momento não houve proposta
"séria" pela Varig e é preciso que
alguém assuma o passivo (dívidas) da empresa.
"Não houve ainda nenhuma
empresa que tivesse se disposto a
assumir as responsabilidades sem
dizer "bem, mas isso se porventura alguém tomar conta do passivo
todo". Aí você tem problemas de
ordem legal. Essa coisa pode ter
um pouco mais de flexibilidade
na medida em que você hoje está
com procedimento judicial", afirmou o ministro.
Colaborou Humberto Medina, da Sucursal de Brasília
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