São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 2002

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PANORÂMICA

COLAPSO DA ARGENTINA 1

Cresce rejeição a Duhalde; eleição antecipada ganha mais apoio, diz Gallup

Metade dos argentinos já apóia a convocação de novas eleições devido à falta de avanços do presidente Eduardo Duhalde. Segundo pesquisa do instituto Gallup, a porcentagem de pessoas que defende eleições antes de setembro de 2003 cresceu de 35% em abril para 46% neste mês. Outros 43% querem que Duhalde permaneça no cargo até o final do mandato.
O aumento do apoio às eleições antecipadas veio acompanhado por um maior grau de reprovação do governo. Duhalde, que tinha uma avaliação negativa de 67% em abril, agora tem a reprovação de 74% da população. Os números são os mais negativos desde a posse do presidente, em janeiro.
Outra pesquisa divulgada ontem, essa da consultoria Catterberg e Associados, mostra uma reprovação ainda maior de Duhalde. Nesse estudo, 56% dos argentinos apoiaram a antecipação das eleições presidenciais.

Panos quentes
Em Madri, Duhalde tentou minimizar as divergências entre o ministro Roberto Lavagna (Economia) e o presidente do Banco Central, Mario Blejer, que empurraram o dólar para 3,45 pesos na última sexta-feira. Para o presidente, as divergências sobre como pôr fim ao curralzinho estão "sobredimensionadas".
No entanto os desentendimentos teriam se acentuado neste final de semana. Segundo o jornal "Página 12", para continuar no cargo, Blejer, além de pedir a devolução dos depósitos bancários com bônus obrigatórios, exige imunidade para os diretores do BC e a elevação em 13% dos salários no banco. O decreto com essas exigências já teria sido redigido e será apresentado a Duhalde nesta semana.
Também em Madri, Lavagna subiu o tom das críticas e defendeu a troca optativa dos depósitos por bônus, o que, para ele, não levaria à hiperinflação. "Os que querem nos assustar com a hiperinflação são os mesmos que com as políticas das últimas décadas nos levaram à hiper-recessão e à hiperdesocupação".
O ministro voltou-se também aos bancos: ""Para sair desta crise, há uma co-responsabilidade e uma co-participação do Estado e dos bancos. Mas alguns bancos têm a visão de que todo o peso deve recair sobre o Estado". (DE BUENOS AIRES)


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