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CORDA NO PESCOÇO
Endividamento interno do governo cresce 1%, para R$ 767,7 bi em abril, devido ao pagamento de juros
Tesouro resgata papéis, mas a dívida sobe
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dívida pública interna (em títulos do governo federal) voltou a
subir em abril, mesmo depois de o
Tesouro Nacional ter resgatado
parte dos papéis que venceram no
mês. A dívida atingiu R$ 767,7 bilhões, com aumento de 1,03% em
relação a março.
Como o Banco Central manteve
a estratégia de não rolar títulos e
operações cambiais realizadas no
mercado futuro ("swaps"), houve
redução de R$ 9,3 bilhões na parcela da dívida corrigida pelo dólar. Incluindo todos os demais títulos, o resgate líquido (descontadas as novas emissões) da dívida
somou R$ 3,7 bilhões. O estoque
da dívida aumentou devido aos
juros pagos pelo governo.
No mês passado, o Tesouro iniciou leilões de troca e de recompra de LFTs (Letras Financeiras
do Tesouro) com vencimentos
mais longos porque os investidores passaram a evitar esses papéis
diante da turbulência no mercado
internacional. No lugar dos papéis mais longos, o Tesouro emitiu títulos mais curtos. Assim, o
prazo médio da dívida teve pequena queda, de 30 meses para
29,7 meses.
Concentração
Outro indicador que também
piorou foi a concentração de títulos com vencimento em até 12
meses. Quanto mais títulos de
curto prazo, mais difícil a administração da dívida pública, pois
obriga o Tesouro a renová-los
constantemente. Em março,
39,4% da dívida interna vencia
em até 12 meses. Em abril, esse
percentual subiu para 41%.
No mês passado, foram resgatados R$ 26,6 bilhões da dívida, incluindo R$ 2,9 bilhões referentes a
trocas para encurtamento de prazo. Mas, com as novas emissões, o
resgate líquido ficou em R$ 3,7 bilhões. Neste mês, o resgate líquido
está acima de R$ 31 bilhões somente em títulos do Tesouro.
Venceram R$ 34,8 bilhões, e o Tesouro só renovou R$ 2,9 bilhões
em LFTs, anteontem.
No ano, o resgate total foi de R$
72,461 bilhões até abril. No mesmo período, o resgate líquido foi
de R$ 4,423 bilhões.
Segundo o coordenador de
Operações da Dívida Pública do
Tesouro, Ronnie Gonzaga Tavares, a tendência num primeiro
momento é que a concentração
de títulos com vencimento em 12
meses se estabilize. Depois, a tendência é de queda.
"Há muito tempo que o Tesouro dilui os vencimentos. Não renovamos grandes vencimentos
de uma única vez. Mantemos a estratégia de emitir aos poucos."
Manutenção
O chefe do Departamento de
Operações do Mercado Aberto do
Banco Central, Sérgio Goldenstein, disse que o BC manterá a política de não renovar os vencimentos da dívida cambial. "A estratégia de não rolar a dívida cambial continua."
Até agora, o BC já resgatou US$
17,6 bilhões líquidos em títulos e
operações de "swap" cambial que
venceram neste ano (US$ 19,1 bilhões em 2003). A parcela da dívida cambial incluindo as operações de "swap" caiu de 17,71% em
março para 16,31% em abril.
A participação dos títulos corrigidos a juros de mercado (LFTs,
pós-fixadas) teve pequena alta, de
51,5% para 52,2%.
Segundo Goldenstein, com o
resgate da dívida cambial, houve
automaticamente aumento proporcional dos pós-fixados. A parcela de LFTs está no limite superior do Plano Anual de Financiamento, que prevê participação
desses títulos entre 50% e 61% do
total da dívida.
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