São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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AMEAÇA EMERGENTE

Expansão em abril foi de 34,7%, contra 47,8% no 1º trimestre

Investimento na China reduz ritmo

CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM

O ritmo de expansão dos investimentos na China diminuiu em abril em relação aos meses anteriores, mas ainda está em um patamar que indica forte atividade econômica. O volume de recursos investidos em ativos fixos, como máquinas e construções, aumentou 34,7% se comparado a abril do ano passado, depois de registrar alta de 47,8% no primeiro trimestre e de 26,7% em 2003.
A redução é o primeiro indício de que as medidas adotadas pelo governo para esfriar o crescimento do PIB podem estar dando resultados. Desde setembro de 2003, o Banco Central elevou duas vezes o depósito compulsório dos bancos (quantidade de dinheiro que as instituições têm de deixar imobilizadas). Além disso, o governo determinou a suspensão de financiamentos para setores considerados superaquecidos, como aço, alumínio e construção civil e iniciou ampla inspeção em todos os projetos em andamento.
Segundo dados revisados divulgados nesta semana, o PIB chinês cresceu 9,8% no primeiro trimestre, 0,1 ponto percentual acima do dado preliminar anunciado há cerca de um mês. No ano passado, o país cresceu 9,1% e o governo fixou em 7% a meta para 2004.
O crescimento descontrolado de determinados setores pode levar a um excesso de capacidade de produção, que terá como resposta a redução brusca da atividade econômica. O eventual pouso forçado da China teria impacto sobre a economia global, com destaque para as regiões que têm no país um importante mercado exportador, como o Brasil.
Com poucas exceções, entre as quais o refino de petróleo, todos os setores registraram queda no ritmo de aumento de investimentos. Os números mostram que apesar do discurso agressivo do governo central para tentar controlar o crescimento, as autoridades regionais continuaram a liberar dinheiro para novos projetos.
O volume de recursos investidos pelas províncias cresceu 54% em abril em relação a abril de 2003. Apesar de alto, o índice é menor que os 60% do primeiro trimestre do ano. Um dos problemas do governo central é coibir os gastos dos líderes regionais do Partido Comunista, preocupados em mostrar boa performance econômica. A expansão excessiva do PIB também pode causar colapso na infra-estrutura. O fornecimento de energia e o transporte ferroviário são insuficientes para atender à demanda crescente.


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