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AMEAÇA EMERGENTE
Expansão em abril foi de 34,7%, contra 47,8% no 1º trimestre
Investimento na China reduz ritmo
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
O ritmo de expansão dos investimentos na China diminuiu em
abril em relação aos meses anteriores, mas ainda está em um patamar que indica forte atividade
econômica. O volume de recursos
investidos em ativos fixos, como
máquinas e construções, aumentou 34,7% se comparado a abril
do ano passado, depois de registrar alta de 47,8% no primeiro trimestre e de 26,7% em 2003.
A redução é o primeiro indício
de que as medidas adotadas pelo
governo para esfriar o crescimento do PIB podem estar dando resultados. Desde setembro de
2003, o Banco Central elevou duas
vezes o depósito compulsório dos
bancos (quantidade de dinheiro
que as instituições têm de deixar
imobilizadas). Além disso, o governo determinou a suspensão de
financiamentos para setores considerados superaquecidos, como
aço, alumínio e construção civil e
iniciou ampla inspeção em todos
os projetos em andamento.
Segundo dados revisados divulgados nesta semana, o PIB chinês
cresceu 9,8% no primeiro trimestre, 0,1 ponto percentual acima do
dado preliminar anunciado há
cerca de um mês. No ano passado,
o país cresceu 9,1% e o governo fixou em 7% a meta para 2004.
O crescimento descontrolado
de determinados setores pode levar a um excesso de capacidade
de produção, que terá como resposta a redução brusca da atividade econômica. O eventual pouso
forçado da China teria impacto
sobre a economia global, com
destaque para as regiões que têm
no país um importante mercado
exportador, como o Brasil.
Com poucas exceções, entre as
quais o refino de petróleo, todos
os setores registraram queda no
ritmo de aumento de investimentos. Os números mostram que
apesar do discurso agressivo do
governo central para tentar controlar o crescimento, as autoridades regionais continuaram a liberar dinheiro para novos projetos.
O volume de recursos investidos pelas províncias cresceu 54%
em abril em relação a abril de
2003. Apesar de alto, o índice é
menor que os 60% do primeiro
trimestre do ano. Um dos problemas do governo central é coibir os
gastos dos líderes regionais do
Partido Comunista, preocupados
em mostrar boa performance
econômica. A expansão excessiva
do PIB também pode causar colapso na infra-estrutura. O fornecimento de energia e o transporte
ferroviário são insuficientes para
atender à demanda crescente.
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