São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2008

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Com mercado aquecido, GM espera faturar US$ 11 bi

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O aquecimento do mercado interno de automóveis nos quatro primeiros meses do ano levou a GM a revisar sua previsão de faturamento no Brasil de US$ 10 bilhões para US$ 11 bilhões em 2008. Se as projeções se verificarem, o crescimento em receita da montadora será 29% superior aos US$ 8,5 bilhões registrados em 2007.
O Brasil representa para a GM o principal mercado da região denominada LAAM, que inclui países da América Latina, África e Oriente Médio. Em volume, a GM pretende vender neste ano 600 mil veículos no país, 20% a mais do que os 500 mil do ano passado.
Em um contexto de perdas nas operações mundiais -a empresa anunciou prejuízo de US$ 3,3 bilhões nos três primeiros meses de 2008-, o Brasil ganha importância. Em passagem pelo país, o presidente da GM mundial e ex-presidente da GM do Brasil e Mercosul (1997 a 2000), Fritz Henderson, disse ontem que a GM no Brasil começou a remeter dividendos para a matriz desde o ano passado. "Passamos por tempos difíceis aqui, mas agora a GM [no Brasil] voltou a pagar dividendos [para a matriz]", afirmou Henderson, em alusão ao fato de que, somente em 2006, após oito anos de prejuízo, a montadora pôde recuperar a lucratividade no país. "Aqui, temos um bom desempenho no mercado e nos resultados", acrescentou.
Embora tenha verificado redução de receita na América do Norte no primeiro trimestre do ano -o faturamento caiu para US$ 24,5 bilhões, contra US$ 28,1 bilhões no mesmo período de 2007-, o presidente da GM afirma que está fora da estratégia da empresa diminuir o foco na região. Segundo Henderson, a América do Norte representa 50% da receita da empresa. "Para termos uma posição de liderança, precisamos crescer em mercados emergentes, mas também melhorar nossas operações nos Estados Unidos."
Nos EUA, a queda na receita nos três primeiros meses deveu-se a greves e ao próprio esfriamento no mercado do país, em decorrência da crise no mercado imobiliário. Henderson descartou que a turbulência financeira nos EUA venha a afetar o desempenho da GM no Brasil. "Aqui, a economia está descolada."

No Brasil
Em terceiro lugar em participação de mercado, atrás da Fiat e da Volkswagen, segundo fontes da indústria automobilística, a GM colocou como meta crescer em ritmo mais acelerado que o mercado em geral.
De acordo com o presidente da GM do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, as vendas da montadora cresceram 37% nos primeiros quatro meses do ano, enquanto, em média, o mercado teve expansão de 35%. "Para o ano, vamos crescer entre 25% e 30%. Queremos andar mais rápido que o mercado."


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