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Com mercado aquecido, GM espera faturar US$ 11 bi
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O aquecimento do mercado
interno de automóveis nos
quatro primeiros meses do ano
levou a GM a revisar sua previsão de faturamento no Brasil de
US$ 10 bilhões para US$ 11 bilhões em 2008. Se as projeções
se verificarem, o crescimento
em receita da montadora será
29% superior aos US$ 8,5 bilhões registrados em 2007.
O Brasil representa para a
GM o principal mercado da região denominada LAAM, que
inclui países da América Latina, África e Oriente Médio. Em
volume, a GM pretende vender
neste ano 600 mil veículos no
país, 20% a mais do que os 500
mil do ano passado.
Em um contexto de perdas
nas operações mundiais -a
empresa anunciou prejuízo de
US$ 3,3 bilhões nos três primeiros meses de 2008-, o Brasil ganha importância. Em passagem pelo país, o presidente
da GM mundial e ex-presidente
da GM do Brasil e Mercosul
(1997 a 2000), Fritz Henderson, disse ontem que a GM no
Brasil começou a remeter dividendos para a matriz desde o
ano passado. "Passamos por
tempos difíceis aqui, mas agora
a GM [no Brasil] voltou a pagar
dividendos [para a matriz]",
afirmou Henderson, em alusão
ao fato de que, somente em
2006, após oito anos de prejuízo, a montadora pôde recuperar a lucratividade no país.
"Aqui, temos um bom desempenho no mercado e nos resultados", acrescentou.
Embora tenha verificado redução de receita na América do
Norte no primeiro trimestre do
ano -o faturamento caiu para
US$ 24,5 bilhões, contra US$
28,1 bilhões no mesmo período
de 2007-, o presidente da GM
afirma que está fora da estratégia da empresa diminuir o foco
na região. Segundo Henderson,
a América do Norte representa
50% da receita da empresa.
"Para termos uma posição de liderança, precisamos crescer
em mercados emergentes, mas
também melhorar nossas operações nos Estados Unidos."
Nos EUA, a queda na receita
nos três primeiros meses deveu-se a greves e ao próprio esfriamento no mercado do país,
em decorrência da crise no
mercado imobiliário. Henderson descartou que a turbulência financeira nos EUA venha a
afetar o desempenho da GM no
Brasil. "Aqui, a economia está
descolada."
No Brasil
Em terceiro lugar em participação de mercado, atrás da Fiat
e da Volkswagen, segundo fontes da indústria automobilística, a GM colocou como meta
crescer em ritmo mais acelerado que o mercado em geral.
De acordo com o presidente
da GM do Brasil e Mercosul,
Jaime Ardila, as vendas da
montadora cresceram 37% nos
primeiros quatro meses do ano,
enquanto, em média, o mercado teve expansão de 35%. "Para
o ano, vamos crescer entre 25%
e 30%. Queremos andar mais
rápido que o mercado."
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