São Paulo, domingo, 20 de junho de 2004

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STANLEY FISCHER

"Reforma ainda está incompleta"

EM NOVA YORK

Ao amargar taxas de crescimento decepcionantes, a América Latina está pagando o preço de não ter completado todas as reformas que deveria ter feito. A opinião -que destoa da dos outros economistas, principalmente de Jeffrey Sachs e Joseph Stiglitz- é de Stanley Fischer.
"Algumas medidas estruturais e uma certa infra-estrutura que deveria ter sido desenvolvida no Brasil não estão acontecendo. Até que essas questões sejam tratadas e que todas as reformas macroeconômicas sejam feitas, não veremos acontecer o crescimento do qual o Brasil é capaz. Isso é uma grande, grande pena, porque se trata de uma economia poderosa com um enorme potencial", disse.
O economista discorda das teses de que a América Latina fez todas as reformas necessárias e de que teria avançado mais rapidamente na implementação dessas mudanças do que a Ásia.
"A América Latina não fez todas as reformas necessárias. O país [da região] que fez todas as reformas foi o Chile [...] Eu não acho que as economias asiáticas foram mais vagarosas [...] E, do lado macroeconômico, acho que elas se disciplinaram muito antes das latino-americanas."
Sobre o Brasil, Fischer disse que se trata de um país ainda "muito protecionista".
O ex-diretor-gerente do FMI afirma que, a exemplo de Tony Blair (primeiro-ministro britânico), Lula teve de caminhar rumo a uma posição mais conservadora para sua própria sobrevivência. Apesar disso, diz que o governo não está desenvolvendo medidas estruturais necessárias, o que limita as chances de crescimento sustentado.


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