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Decisão foi um "erro político", diz João Paulo
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara dos
Deputados, João Paulo Cunha
(PT-SP), criticou ontem em Fortaleza a proposta de aumentar a
alíquota da contribuição das empresas à Previdência como meio
de cobrir as despesas com o pagamento aos aposentados, por ser
uma notícia "desagradável", que
ofusca os bons índices da economia brasileira. "É um erro político
por causa do contexto que nós estamos vivendo", disse João Paulo.
"Acho que, neste momento, deveríamos garantir esses bons indicadores, como a notícia mais positiva para o país, e tentar buscar
outra alternativa. Aumentamos
recentemente outros tributos, então essa não é uma boa medida."
Para João Paulo, além de um erro político, um aumento de alíquota também não seria bom no
sentido prático. Ele afirmou que a
proposta não deveria ser editada
sob a forma de medida provisória, sem passar por um debate no
Congresso, inclusive dentro das
discussões sobre as reformas da
Previdência e tributária.
O presidente da Câmara disse
que tem, inclusive, idéias alternativas para garantir a receita do pagamento dessas dívidas, sem prejudicar as finanças do país. Essas
idéias ainda não foram apresentadas ao governo federal. "Só tenho
tido a simpatia de vários companheiros da Câmara", disse.
Uma proposta sugerida por ele
para pagar dívidas passadas com
os aposentados seria a implementação, pelo governo, de uma política para cobrar a dívida ativa da
União, negociando parcelamentos com empresários devedores.
João Paulo afirmou que a Câmara está preparada para votar
medidas que desonerem a folha
de pagamento das empresas, não
o inverso. "Se você tem uma idéia
de desonerar a folha, e essa desoneração provavelmente vai trazer
mais gente para a formalidade e
vai melhorar a arrecadação, porque você vai aumentar agora?"
Congresso
Parlamentares da base aliada e
da oposição foram praticamente
unânimes em defender ontem a
desoneração da folha de pagamento como alternativa ao aumento da alíquota da contribuição previdenciária das empresas.
"Defendo uma mudança na cobrança [previdenciária], desonerando a folha de pagamento e
transferindo para o faturamento
das empresas. Onerar a folha de
pagamento é antiquado", disse o
senador Romero Jucá (PMDB-RR), vice-líder do governo.
"É um equívoco voltar para a
velha fórmula de aumentar a contribuição. Temos um instrumento que resolveria esse problema,
que é diminuir os encargos sobre
a folha [de pagamento] e ter um
percentual sobre o faturamento.
Assim, o encargo seria pago por
toda a sociedade, e não só por
quem gera emprego", disse o senador Paulo Paim (PT-RS).
O deputado Professor Luizinho
(PT-SP), líder do governo na Câmara, disse que a solução encontrada pelo governo é a "possível".
"Há uma conta que temos que pagar, mais uma dos governos anteriores que cai no nosso colo."
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