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Para Palocci, carga tributária não sobe
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo não tinha outra opção a não ser o aumento de tributo para pagar o reajuste devido às
pessoas que se aposentaram entre
1994 e 1997. A afirmação é do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), que, em entrevista ao programa ""Bom Dia Brasil" da Rede
Globo, admitiu a necessidade de
elevação de impostos.
"Não há outras opções. Você
poderia aumentar outro tipo de
imposto, que não mudaria muito
as coisas", afirmou.
O governo anunciou na sexta-feira que elevaria a contribuição
previdenciária das empresas de
20% para 20,6%, por dez anos, para cobrir essas despesas.
Segundo Palocci, como a decisão da Justiça criou uma despesa
continuada, era preciso encontrar
uma receita também permanente
para cumprir a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
A dívida do governo com os
aposentados é de R$ 12,3 bilhões e
se deve ao fato de que, ao calcular
as aposentadorias entre março de
1994 e fevereiro de 1997, a Previdência Social deixou de incluir a
variação do IRSM (Índice de Reajuste do Salário Mínimo). O índice na época foi de 39,67%, que é o
reajuste máximo a que os aposentados terão direito agora.
A LRF diz que o governo não
pode assumir uma despesa continuada sem uma fonte de recursos.
"É um problema que tem que ser
enfrentado e é preciso ter arrecadação para isso", disse.
Palocci, no entanto, admitiu
que as preocupações dos empresários são justas. Mas disse mais
uma vez que não haverá aumento
da carga tributária.
"O governo tem o compromisso
de, se houver elevação da carga
tributária, tomar mais medidas
para levar essa carga novamente
para os patamares que ela estava
anteriormente", declarou.
O ministro também reconheceu
que a saída encontrada pelo governo seria um problema para o
mercado formal de trabalho se
outras medidas para incentivar a
contratação de empregados não
estivessem sendo estudadas.
"Estamos fazendo um conjunto
de mudanças na legislação que
vão dar um estímulo importante
na formalização da mão-de-obra", afirmou.
Palocci citou as mudanças em
estudo na legislação tributária relativa à pequena empresa, apelidado de "mini-Simples". Esse sistema especial dará isenção de tributos federais para empresas com
arrecadação de até R$ 36 mil por
ano. Segundo ele, essa legislação
será assinada pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva "nas próximas semanas".
A desoneração da folha de pagamento das empresas, prometida
para ser regulamentada no segundo semestre deste ano, não é uma
medida compensatória para o aumento da contribuição previdenciária, segundo Palocci. Ele disse
que essa desoneração já estava
prevista na reforma tributária.
Uma das propostas para reduzir
os custos da folha de pagamento
das empresas é passar a cobrar a
contribuição previdenciária de
acordo com o faturamento da
empresa e não mais sobre a folha
de pagamento.
"Certamente, isso dá um ganho
muito grande para as empresas,
além de ser uma medida saudável, pois estimula a contratação e
a geração de mais empregos formais", disse Palocci.
De acordo com o ministro, a desoneração da folha de pagamento
deve estar em vigor em primeiro
de janeiro.
Da mesma forma, o aumento da
contribuição previdenciária para
as empresas só terá validade em
janeiro de 2005. Ele ressaltou que
as duas medidas entrarão em vigor ao mesmo tempo.
"Tenho certeza de que a estrutura final ficará benéfica e será estimuladora da geração de empregos", disse.
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