São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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OUTRO LADO

Empresa nega discriminação e diz que vai cumprir a decisão judicial

DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes da área jurídica e de recursos humanos do Metrô de São Paulo informaram que a companhia não faz discriminação entre os funcionários que movem ações trabalhistas. Também afirmaram que vão aguardar a decisão da Justiça sobre o caso.
"Nem de longe a companhia exerce qualquer prática de "lista negra". Tanto que, dos atuais 8.000 funcionários, 25% têm reclamações contra a empresa. São 2.000 empregados movendo processos contra a companhia em que trabalham", disse o gerente jurídico Sérgio Henrique Passos Avelleda. "Nem para promoção isso é objeto de restrição. Há supervisores e coordenadores, que são cargos de confiança, que têm ações contra a empresa."
De acordo com o gerente, parte dos empregados que pertencem ao grupo de 311 funcionários (que deixaram de receber mensalmente o adicional) tomou a iniciativa de ir à Justiça. "O que o Metrô vai fazer é esperar e se submeter à decisão judicial. Quando a questão estiver esgotada, vamos cumprir a determinação da Justiça. Os empregados optaram por levar a questão da periculosidade à Justiça. Vamos aguardar."
Avelleda também afirmou que, ao não pagar o adicional para parte dos funcionários (aqueles que tiveram a forma de pagamento modificada -de mensal passaram a receber o adicional só quando fazem o trabalho de risco de forma periódica), a empresa quer evitar o risco de ter de pagar esses funcionários duas vezes. "Não vamos expor a companhia ao risco de pagar duas vezes, via administrativa e via judicial, caso ganhem a ação. Acho ruim a discussão estar sendo de forma individual. Mas cada empregado fez uma opção, de reclamar ou não na Justiça."
Segundo Fábio José do Nascimento, gerente de recursos humanos, os funcionários que estão reclamando correspondem a "5% dos que têm direito ao adicional". "O Metrô não está deixando de pagar os que trabalham continuamente em situação de risco."

Direito
Nascimento afirmou que os empregados têm direito de contestar na Justiça o pagamento do benefício, que antes era pago todos os meses, mas que a decisão está amparada por laudos técnicos. "Uma consultoria fez um estudo amplo sobre as condições ambientais do Metrô. Estudou-se insalubridade, periculosidade, nível de ruído e poluição em todos os setores. O resultado foi que constatamos que em determinadas áreas não havia riscos. O corte do pagamento está vinculado a esses laudos."
O adicional, segundo os gerentes, não é um prêmio para os funcionários. "É uma penalidade contra a empresa. O adicional não tem sentido de remuneração e não pode ser confundido com isso. Queremos fazer todos os esforços para eliminar cada vez mais as condições de risco," disse Nascimento.






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