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Bolsa quer fim de IOF em lançamento de ação
Presidente da BM&FBovespa elogia taxação de ADRs, mas diz que não faz sentido punir estrangeiro na oferta de novos papéis
Profissionais ainda demonstram dúvidas em relação à abrangência do
novo IOF e seus impactos
no mercado financeiro
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após elogiar a taxação das
operações que envolvam os
ADRs, o diretor-presidente da
BM&FBovespa, Edemir Pinto,
aproveitou para fazer um novo
pedido ao governo ontem. O
executivo quer agora que o governo isente os lançamentos de
ações da cobrança do tributo.
"Ao taxar também os ADRs
com IOF, o governo demonstrou estar sensível e atento à
importância do mercado de capitais brasileiro", disse Pinto.
"[Mas] reitero nosso pleito
de que operações como essa
[IPO], assim como outras ofertas de ações, não sejam tributadas com o IOF. A nosso ver, não
faz sentido punir o investimento estrangeiro em atividades
que vão gerar empregos e crescimento para o país."
No mercado, ainda não se sabe ao certo qual o impacto e o
alcance da nova taxação. Muitos profissionais criticaram
que a medida, anunciada na
noite de quarta-feira pelo Ministério da Fazenda, não era
muito clara. Na interpretação
de alguns, apenas as emissões
de novos ADRs seriam tributadas. Para outros, o IOF de 1,5%
incidirá em algumas operações
específicas com ADRs que já estão em circulação no mercado.
Os ADRs são recibos de ações
de companhias estrangeiras
negociadas no mercado de Nova York. Quando o governo decidiu, há um mês, passar a cobrar 2% de IOF dos estrangeiros que operassem no mercado
brasileiro, surgiu o temor de
que esses investidores passassem a concentram suas negociações nos ADRs, o que esvaziaria o pregão doméstico.
O diretor-presidente da Bolsa afirmou que discutiu com o
governo a "assimetria que o
IOF havia criado", deixando
mais baratos os negócios com
ADRs no exterior. "Mostramos
que os negócios com ADRs
cresceram após o IOF."
Ontem o dia foi de queda na
Bolsa e alta no câmbio. Mas
analistas afirmaram que não dá
para colocar a culpa no novo
IOF, pois o dia foi negativo no
mercado global. A Bovespa ficou entre as que menos caíram.
Roberto Padovani, estrategista-chefe do banco WestLB,
lembra que o dólar está enfraquecido diante das principais
moedas do mundo. "Não adianta imaginar que medidas como
essa vão reverter o processo
que presenciamos no câmbio.
Essas medidas são de curto
prazo e têm apenas efeitos temporários. E o ruim é que acabam por criar uma incerteza regulatória", diz Padovani.
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